Recebi este texto através da internet. Mais um daqueles que nos preenchem o vago do imaginário e da paciência. Textos esses que na maior parte nem se leiem.
Não por maldade ou consciência, mas porque preferimos ignorar a realidade que nos envolve, que nos rodeia e nos impõe pré-conceitos de vida... De absentismo humanitário... Parte responsavel o capitalismo, o consumismo, o materialismo. Não critico os que defendem esses critérios de vida, mas serve este "post" para vos ir recordando que ser solidário e bem mais que as esmolas dadas num qualquer lugar... Perdido na existência de quem o habita... De quem o vive...
Temos, eu inclusivé, de transformar a sociedade naquele tal mundo melhor... Talvez com pequenos textos como este, se vá conseguindo....
... Entrei apressado e com muita fome no restaurante. Escolhi uma mesa bemafastada do movimento, porque queria aproveitar os poucos minutos quedispunha naquele dia, para comer e acertar alguns bugs de programação numsistema que estava a desenvolver, além de planear a minha viagem de férias,coisa que há tempos que não sei o que são. Pedi um filete de salmão com alcaparras em manteiga, uma salada e um sumode laranja, afinal de contas fome é fome, mas regime é regime não é? Abri o meu portátil e apanhei um susto com aquela voz baixinha atrás demim: - Senhor, não tem umas moedinhas?
- Não tenho, menino. - Só uma moedinha para comprar um pão. - Está bem, eu compro um. Para variar, a minha caixa de entrada está cheia de e-mail. Fico distraído a ver poesias, as formatações lindas, rindo com as piadasmalucas. Ah! Essa música leva-me até Londres e às boas lembranças de tempos áureos.
- Senhor, peça para colocar margarina e queijo. Percebo nessa altura que o menino tinha ficado ali.- Ok. Vou pedir, mas depois deixas-me trabalhar, estou muito ocupado, estábem?Chega a minha refeição e com ela o meu mal-estar. Faço o pedido do menino,e o empregado pergunta-me se quero que mande o menino ir embora. O peso na consciência, impedem-me de o dizer. Digo que está tudo bem. Deixe-o ficar. Que traga o pão e, mais umarefeição decente para ele. Então sentou-se à minha frente e perguntou: - Senhor o que está fazer?
- Estou a ler uns e-mail. - O que são e-mail?
- São mensagens electrónicas mandadas por pessoas via Internet (sabia queele não ia entender nada, mas, a título de livrar-me de questionários desses): - É como se fosse uma carta, só que via Internet. - Senhor tem Internet?
- Tenho sim, essencial no mundo de hoje.
- O que é Internet ? - É um local no computador, onde podemos ver e ouvir muitas coisas,notícias, músicas, conhecer pessoas, ler, escrever, sonhar, trabalhar,aprender. Tem de tudo no mundo virtual.
- E o que é virtual?
Resolvo dar uma explicação simplificada, sabendo com certeza que ele poucovai entender e deixar-me-ia almoçar, sem culpas. - Virtual é um local que imaginamos, algo que não podemos tocar, apanhar,pegar... é lá que criamos um monte de coisas que gostaríamos de fazer. Criamos as nossas fantasias, transformamos o mundo em quase como queríamosque fosse. – Que bom isso. Gostei! – Menino, entendeste o significado da palavra virtual?
- Sim, também vivo neste mundo virtual. - Tens computador?! - Exclamo eu!!!
- Não, mas o meu mundo também é vivido dessa maneira...Virtual.
A minha mãe fica todo dia fora, chega muito tarde, quase não a vejo,enquanto eu fico a cuidar do meu irmão pequeno que vive a chorar de fome eeu dou-lhe água para ele pensar que é sopa, a minha irmã mais velha sai tododia também, diz que vai vender o corpo, mas não entendo, porque ela voltasempre com o corpo, o meu pai está na cadeia há muito tempo, mas imaginosempre a nossa família toda junta em casa, muita comida, muitos brinquedosde natal e eu a estudar na escola para vir a ser um médico um dia.
Isto é virtual não é senhor???
Fechei o portátil, mas não fui a tempo de impedir que as lágrimas caíssemsobre o teclado. Esperei que o menino acabasse de literalmente "devorar" o prato dele,paguei, e dei-lhe o troco, que me retribuiu com um dos mais belos e sinceros sorrisos que já recebi na vida e com um "Brigado senhor, você é muito simpático!". Ali, naquele instante, tive a maior prova do virtualismo insensato em que vivemos todos os dias, enquanto a realidade cruel nos rodeia de verdade e fazemos de conta que não percebemos!...
Autor desconhecido
And the dreamers? Ah, the dreamers! They were and they are the true realists, we owe them the best ideas and the foundations of modern Europe(...). The first President of that Commission, Walter Hallstein, a German, said: "The abolition of the nation is the European idea!" - a phrase that dare today's President of the Commission, nor the current German Chancellor would speak out. And yet: this is the truth. Ulrike Guérot & Robert Menasse
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário