quarta-feira, maio 24, 2006

Serviço Público

Acabado de chegar de uma viagem de Madrid, cansado, deito-me e involuntariamente ligo a televisão. Zapping do costume e RTP 1. prós e contras. Estranho cast, pois a bancada «contra» era estrangeira (da SIC). Em debate, Manuel Maria Carrilho e o seu último momenrto de «olhem para mim» (o seu livro sobre as autárquicas de 2005). De um lado Emídio Rangel assessorava o autor. Do outro Ricardo Costa e Pacheco Pereira dotavam o frente a frente de inesperado interesse e qualidade impar.

Só vi a segunda parte. Dizem que na primeira o confronto Costa-Rangel foi épico. O que vi foi um programa «demasiado bom» para a Fátima se perceber o que tinha nas mãos. Vi o Pacheco Pereira a não querer sair muito do ponto (o livro), o Rangel a só querer sair do Livro, o Ricardo Costa e conter-se para não explodir (o que fez no fim do programa) e o Carrilho, babadíssimo com a atenção (que bem lhe ficará no CV…).

Duas breves notas.
[1] Porquê toda a importância no tema e no autor, afinal ele próprio é um produto do que critica. Ele próprio é parte do sistema que condena. Não lhe perguntaram, pelo menos que visse, quanto é que pagava a uma jornalista recém licenciada por um programito de 15 minutos na rádio quando era solteiro e ministro da Cultura. Já vi vários jogadores, dos que simulam penalty, reclamarem de faltas graves. Nunca vi foi nenhum negar-se a reconhecer a evidencia dos seus próprios malabarismos (ainda mais quando expostos).
[2] notei demasiados picanços no programa. Fátima x Pacheco; Costa x Rangel; Costa x Carrilho; Carrilho x Pacheco (menos). Demasiados? Talvez não. Talvez fossem necessários mais programas destes, para que vernizes estalassem e varias evidencias fossem expostas. Muito se percebeu ontem. Muito ficou por perceber. Acho.

Óptima televisão. Todos os serões fossem assim…

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