Sobre o tema do 28 de Maio e estes textos queria acrescentar algumas curtas considerações.
[1] Apesar de se apregoar por tolerância, distanciamento histórico, etc, a verdade é que em todos os argumentos apresentados vemos a verdade histórica, a cientificidade e a apreciação distanciada muito mal tratada. São apresentadas definições de dicionários e citações de autores celebrados como introduções teóricas de sustentação argumentativa. Junto são apresentadas imagens, sem referências, que procuram a indução fácil e a colagem pictórica. Ou seja, nenhum dos arguentes consegue apresentar algum tipo de argumento articulado e sustente em alguma prova e/ou teoria válida, aparentando ser o que criticam – pessoas mal informadas, simplistas e descabidas.
[2] Ambos os argumentos padecem, na minha opinião, de um erro crasso de análise que é o de supor que o Estado Novo foi um regime estanque, não evolutivo e fixo. Não é verdade. O que era e o Estado Novo em 1933 não é o que era em 1945 ou em 1958 ou em 1968. O regime, como muitos outros regimes, evolui. Essa evolução não é tida em conta. Nunca.
[3] Sobre a Ditadura.
Quando se procura produzir afirmações de alcance mediático esta é das que é muita utilizada – a Ditadura salazarista, os 48 anos de Ditadura, etc. Na verdade o movimento do 28 de Maio instala uma Ditadura Militar. Esta, sempre de carácter provisório, institucionaliza-se com o plebiscito de 1933, que aprova e «legitima» o novo texto constitucional que instala a II República Portuguesa, vulgo Estado Novo.
[3] O carácter fascista do Estado Novo.
Também neste ponto a controversa é grande. Em rigor, Fascismo é um termo bem datado e que se reporta ao período do entre guerras. Procurava apresentar respostas políticas ao grande dilema à época – que soluções além do Estado Liberal? A esta crise do liberalismo o Fascismo procurava apresentar-se como uma «terceira via» (alem das democracias liberais, havia ainda os modelas comunistas) e é neste contexto que é muito procurado como sistema político. Este era baseado na autoridade, na pacificação e estabilidade politica, na ideia de Nação / Pátria, na vontade transformadora e revolucionaria de um programa ideológico que procura lançar para o futuro o advir da Nação. A Ideia de Progresso, de um Futuro notável e de Direito, inalienável à Nação era muito forte na promessa da construção de um Novo Homem, de um Novo Estado.
É neste movimento, e com características próprias, que o «salazarismo» se enquadra. O Estado Novo não foi mais que a resposta portuguesa à crise do modelo liberal que se havia colapsado no final da Monarquia Constitucional e agonizado na I República. É neste sentido que ele é fascizante (pelo menos) até 1944 (aí, e antecipando o final da II Guerra, Salazar adapta o regime reformulando o Governo).
[1] Apesar de se apregoar por tolerância, distanciamento histórico, etc, a verdade é que em todos os argumentos apresentados vemos a verdade histórica, a cientificidade e a apreciação distanciada muito mal tratada. São apresentadas definições de dicionários e citações de autores celebrados como introduções teóricas de sustentação argumentativa. Junto são apresentadas imagens, sem referências, que procuram a indução fácil e a colagem pictórica. Ou seja, nenhum dos arguentes consegue apresentar algum tipo de argumento articulado e sustente em alguma prova e/ou teoria válida, aparentando ser o que criticam – pessoas mal informadas, simplistas e descabidas.
[2] Ambos os argumentos padecem, na minha opinião, de um erro crasso de análise que é o de supor que o Estado Novo foi um regime estanque, não evolutivo e fixo. Não é verdade. O que era e o Estado Novo em 1933 não é o que era em 1945 ou em 1958 ou em 1968. O regime, como muitos outros regimes, evolui. Essa evolução não é tida em conta. Nunca.
[3] Sobre a Ditadura.
Quando se procura produzir afirmações de alcance mediático esta é das que é muita utilizada – a Ditadura salazarista, os 48 anos de Ditadura, etc. Na verdade o movimento do 28 de Maio instala uma Ditadura Militar. Esta, sempre de carácter provisório, institucionaliza-se com o plebiscito de 1933, que aprova e «legitima» o novo texto constitucional que instala a II República Portuguesa, vulgo Estado Novo.
[3] O carácter fascista do Estado Novo.
Também neste ponto a controversa é grande. Em rigor, Fascismo é um termo bem datado e que se reporta ao período do entre guerras. Procurava apresentar respostas políticas ao grande dilema à época – que soluções além do Estado Liberal? A esta crise do liberalismo o Fascismo procurava apresentar-se como uma «terceira via» (alem das democracias liberais, havia ainda os modelas comunistas) e é neste contexto que é muito procurado como sistema político. Este era baseado na autoridade, na pacificação e estabilidade politica, na ideia de Nação / Pátria, na vontade transformadora e revolucionaria de um programa ideológico que procura lançar para o futuro o advir da Nação. A Ideia de Progresso, de um Futuro notável e de Direito, inalienável à Nação era muito forte na promessa da construção de um Novo Homem, de um Novo Estado.
É neste movimento, e com características próprias, que o «salazarismo» se enquadra. O Estado Novo não foi mais que a resposta portuguesa à crise do modelo liberal que se havia colapsado no final da Monarquia Constitucional e agonizado na I República. É neste sentido que ele é fascizante (pelo menos) até 1944 (aí, e antecipando o final da II Guerra, Salazar adapta o regime reformulando o Governo).
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