quinta-feira, maio 18, 2006

DIPLOMACIA E SABEDORIA

Dada a gravidade da situação mundial o ilustre professor Adriano Moreira publicou esta semana um extraordinário artigo de opinião no DN. Não se trata de uma reflexão distante de um consagrado académico-pelo contrário é escrito em forma de apelo e penso que deve ser lido por todos os jovens esclarecidos.

A passagem mais impressionante é esta:

é urgente e necessário o apelo a uma mobilização geral da informação que forneça consistência às intervenções cívicas que impeçam a repetição de ousadias recentes

A argumentção utilizada procura dramatizar o cenário que estamos vivendo e, para esse fim, recorre a uma visão de conjunto que nem sempre este erudito professor apresenta de uma forma tão clara e directa.

A sua sugestão forte recomenda em lugar de destaque que:

os chefes de Estado e de Governo que se encontraram na Cimeira de 2005 regressem à leitura dos registos do encontro, e meçam a distância que vai das suas hesitações de então ao pico de risco que se desenvolveu, para reflectirem sobre a urgência de ir mais depressa e mais fundo na definição de uma ordem que permita colocar o objectivo de construir um mundo sem medo no lugar ocupado agora pela inquietação de todos os povos, pelo fundado medo do sacrifício sem regresso de muitas populações inocentes.

Uma enorme tranquilidade nos poderia invadir se as palavras fossem pesadas e se a prudência viesse a triunfar:

Os tempos não são de semânticas paliativas, e por isso mesmo são incompatíveis com políticas furtivas, arrogâncias apoiadas em capacidades apenas virtuais, unilateralismos acríticos

Curiosamente foi precisamente no mesmo dia que outro grande pensador da cena internacional, Henry Kissinger, colocou por escrito pertinentes reflexões, acompanhadas de preciosos conselhos, num artigo de opinião do Washington Post:

If America is prepared to negotiate with North Korea over

proliferation in the six-party forum, and with Iran in Baghdad over Iraqi security, it must be possible to devise a multilateral venue for nuclear talks with Tehran that would permit the United States to participate -- especially in light of what is at stake.

Sem comentários:

Pesquisar neste blogue