Já desconfiava… Nada de manifestações há umas largas semanas…era bom demais para ser verdade.
«Politicas de esquerda», berram. Ouço demasiado eco. Vou ver, ninguém. Só o eco «politica de direita», dizem agora. Não sei o que atacam ou o que defendem. Não vejo ninguém, só ouço. Talvez ainda não tenham chegado, e estejam a treinar as palavras de ordem, a testar os equipamentos de som, etc.
Não queria que fosse mais umas daquelas manifestações com mais policia que manifestantes. É que, para mim, os movimentos sindicais ainda fazem razão de existir, caso contrário, e com as oposições políticas resignadas a um taticismo a-político absurdo (de que acorda cada 4 anos para disputar eleições), de quem podemos esperar contestação argumentada ao governo?
Agora isso não é dizer que o movimento sindical está são. Muito pelo contrário, tem de modernizar-se a apontar para a nova realidade contemporânea, onde conceitos como «classe profissional» são cada vez mais diluídos (e porque não o Clube «Loja de Ideias» fazer alguma coisa sobre o tema?...). Por outro lado, outros movimentos sociais, de diferente génese do movimento sindical, poderiam preencher algum do espaço deixado pelos sindicatos, organizando a «sociedade civil» em diversos movimentos organizados, tipo grupo de pressão, que pudessem passar algumas das suas preocupações através de veículos de nova estirpe. Sei, por exemplo, que o Carvalho da Silva já encomendou um estudo sobre o futuro do movimento sindical…
Já se ouve a «multidão». Está fraca. Fraquinha. Este é, afinal, dos governos com menos contestação social. Mais um dia na cidade. Almoço, café, manif, saída.
Bom fim de semana. Vou passear.
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