Os recentes episódios ocorridos na Assembleia da República aquando do Debate da Nação (o da birra do «forcado» Paulo Rangel - aqui e aqui - e a faena a Manuel Pinho) voltaram a lembrar que Portugal, apesar de todo o progresso conseguido nestes últimos 30 anos, ainda anda muito longe de ter estabelecido uma democracia de qualidade e de consequência. Fizemos auto-estradas, escolas e hospitais. Gastamos dinheiro que não era nosso, prometemos sonhos de outros e desenhamos um país fácil e irresponsável (ver, sobre este tema o excelente artigo do Nicolau Santos este fim de semana no Expresso).
Com tanto desenvolvimento estrutural esquecemos de promover – juntamente com este hardware desenvolvimentista - um software político de qualidade. Esquecemos de promover uma cultura política de qualidade e de consequência (tema a voltar).
Pior, não conseguimos – ainda – ultrapassar o dogma da partidarite e da conveniência política. Só isso explica, como muito bem apontou a Fernanda Câncio, o duplo critério do Presidente da República, célere a repudiar o gesto de Manuel Pinho mas esquecido em relação às actuações de Paulo Rangel – aqui ou aqui; José Eduardo Martins ou de Alberto João Jardim.
O mesmo se passa com a coerência da «política de verdade», chavão-base da candidatura de MFL ao Governo do país; onde a velocidade da condenação às práticas socialistas nunca é acompanhada pelo descarte ou pelo distanciamento em relação às situações menos felizes dos seus apoiantes. Esta falta de coerência evidente remete esta candidatura para a categoria das candidaturas tácticas, vazias e inconsequentes. Nada de novo acrescenta, portanto. Nenhuma ideia ou projecto para o país, aposta apenas no desgaste do adversário e na capitalização política dos seus erros. Nada de positivo produz. Nenhuma Verdade acrescenta.
Um pouco tarde, é verdade, mas parece-me que José Sócrates elevou – nos últimos dias – o nível de exigência dos seus correligionários. Primeiro demitindo prontamente o Ministro da Economia (que há seis meses se manteria no lugar) e depois afrontando certo establishment do Partido Socialista impondo o impedimento da dupla candidatura a autarca e deputado. Há hoje mais exigência no Partido Socialista, e não vi a mesma medida ser tomada para uns e não para outros (como tem feito o PSD). Sem efeitos retroactivos, a mesma medida aplicou-se a todos os casos.
Não que estes recentes acontecimentos alteram o panorama geral da política portuguesa, mas são sinais que há que mudar alguma coisa (para que tudo fique igual?), ou que alguma coisa pode mudar, nesta tourada da vida política portuguesa. Mais qualidade, e mais consequência, precisa-se.
Com tanto desenvolvimento estrutural esquecemos de promover – juntamente com este hardware desenvolvimentista - um software político de qualidade. Esquecemos de promover uma cultura política de qualidade e de consequência (tema a voltar).
Pior, não conseguimos – ainda – ultrapassar o dogma da partidarite e da conveniência política. Só isso explica, como muito bem apontou a Fernanda Câncio, o duplo critério do Presidente da República, célere a repudiar o gesto de Manuel Pinho mas esquecido em relação às actuações de Paulo Rangel – aqui ou aqui; José Eduardo Martins ou de Alberto João Jardim.
O mesmo se passa com a coerência da «política de verdade», chavão-base da candidatura de MFL ao Governo do país; onde a velocidade da condenação às práticas socialistas nunca é acompanhada pelo descarte ou pelo distanciamento em relação às situações menos felizes dos seus apoiantes. Esta falta de coerência evidente remete esta candidatura para a categoria das candidaturas tácticas, vazias e inconsequentes. Nada de novo acrescenta, portanto. Nenhuma ideia ou projecto para o país, aposta apenas no desgaste do adversário e na capitalização política dos seus erros. Nada de positivo produz. Nenhuma Verdade acrescenta.
Um pouco tarde, é verdade, mas parece-me que José Sócrates elevou – nos últimos dias – o nível de exigência dos seus correligionários. Primeiro demitindo prontamente o Ministro da Economia (que há seis meses se manteria no lugar) e depois afrontando certo establishment do Partido Socialista impondo o impedimento da dupla candidatura a autarca e deputado. Há hoje mais exigência no Partido Socialista, e não vi a mesma medida ser tomada para uns e não para outros (como tem feito o PSD). Sem efeitos retroactivos, a mesma medida aplicou-se a todos os casos.
Não que estes recentes acontecimentos alteram o panorama geral da política portuguesa, mas são sinais que há que mudar alguma coisa (para que tudo fique igual?), ou que alguma coisa pode mudar, nesta tourada da vida política portuguesa. Mais qualidade, e mais consequência, precisa-se.
1 comentário:
Muito bom.
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