No próximo sábado vai-se realizar a 10ª Marcha do Orgulho LGBT em Lisboa (o Pride de Lisboa); evento tradicional no calendário festivo da cidade, com tradições no século passado. Celebra-se o Orgulho LGBT.
Estranhamente, há quem questione a validade destas iniciativas, desvalorizando-as e procurando apresentá-las como marginais colocando em causa a sua importância e colando-a a movimentos marginais ou insignificantes. Foi neste sentido que li os comentários do Tiago Azevedo Fernandes a este post («Ainda estou para perceber por que razão é que a orientação sexual, seja ela qual for, há-de ser motivo de orgulho», «há também homossexuais que não simpatizam com este tipo de manifestações - deverão sentir-se mal consigo próprios por esse facto?»). Esta reacção é, ainda – e infelizmente – muito comum em parte da sociedade portuguesa, em especial naquela que não se liberta de certos preconceitos e que não entende totalmente o contexto de iniciativas como a Marcha do Orgulho LGBT.
Claro que a Marcha não é exclusiva da comunidade LGBT. Eu sou heterossexual e vou estar no sábado no Principe Real, como sempre o faço e como muitas pessoas fazem. O Orgulho que se vai celebrar é o de cada um de nós poder ser e assumir aquilo que é, no que toca à sua orientação sexual, qualquer ela que seja. Também se celebra, de forma indirecta, o Orgulho na nossa sociedade; uma sociedade tolerante que permite a viabilidade dessa escolha; uma sociedade activa e orgulhosa do que já conseguiu construir; uma sociedade que está consciente do que ainda necessita construir (para quando a plenitude e a igualdade de direitos?). Só quem não sabe como são outras realidades (adenda: ver esta ou esta) pode colocar em causa o Orgulho que temos em poder celebrar isto.
Por isso, caro Tiago, não se deve sentir nem bem nem mal com a posição que toma relativamente a estas iniciativas. Eu é que lhe agradeço os comentários que fez a este post, e que me motivaram a escrever este texto, e aproveito para o convidar pessoalmente a vir à Marcha do Orgulho LGBT de Sábado. Procure-me, sei que não tem os preconceitos que parece ter.
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