A batalha de Trancoso, também conhecida como batalha de São Marcos ocorreu no final de Maio do ano de 1385 quando forças que obedeciam ao rei João I de Castela invadiram Portugal.
A invasão castelhana, foi uma medida de represália que se seguiu à proclamação em Coimbra em 6 de Abril de D. João, mestre de Aviz, como D. João I, rei de Portugal e Algarves. A aclamação oficial de D. João I como rei de Portugal foi vista como uma afronta directa ao rei de Castela, que pretendia acrescentar Portugal aos seus domínios.
As forças castelhanas, constituiram-se como força punitiva, com o objectivo de destruir os lugares por onde passassem. Os castelhanos entraram por Almeida e tomaram Trancoso, tendo avançado posteriormente na direcção de Viseu, cidade que foi saqueada e queimada.
Após terem saqueado a cidade, as forças castelhanas, estimadas em 3.000 homens, voltavam para o seu território com o produto do saque, quando se deparam com forças portuguesas, reunidas apressadamente pelos alcaides da região.
As forças castelhanas, carregadas com o saque e cansadas da marcha, optaram inicialmente por evitar o combate, mas tal mostrou-se ser impossível dado as forças portuguesas, estimadas em 2.000 homens terem conseguido impedir completamente a passagem ao exército castelhano.
Sem possibilidade de evitar o combate as forças castelhanas não podiam ficar paradas, porque isso só dificultaria a sua situação e decidiram atacar. Os cavaleiros desmontaram e todo o combate se deu a pé.
A escolha do local por parte das forças portuguesas parece ter sido especialmente importante, porque ao impedir as forças castelhanas de escapar, sabendo que estas não poderiam receber qualquer tipo de reforço nem apoio, condicionaram os castelhanos a ter que atacar tão rapidamente quanto possível.
Sabe-se que todas as tentativas castelhanas de quebrar as linhas portuguesas falharam. Sabe-se também que o numero de mortos entre o exército castelhano foi enorme.
Acredita-se que por ser uma expedição punitiva, e pelo facto de por isso as forças castelhanas terem pilhado e destruído os lugares por onde passaram, os castelhanos atraíram sobre si a ira e a raiva dos populares e dos nobres da região.
Poucos castelhanos escaparam, e todos os nobres castelhanos que seguiam no exército foram mortos, tendo apenas um sido poupado para contar a história.
A vitória de Trancoso, é também importante pelo facto de ter sido resultado não das manobras militares do Condestável do reino D. Nuno Álvares Pereira, mas sim da resolução dos portugueses da Beira, quer da nobreza quer do povo, que pegaram em armas por sua iniciativa para lutar contra o rei de Castela.
Perante as notícias da perda praticamente total do seu exército, o rei de Castela entendeu que sem um exército verdadeiramente poderoso não seria possível vencer Portugal. Dois meses depois, o próprio rei marcharia sobre Portugal, à frente do maior exército de que havia memória nos países Cristãos desde há muitos séculos.
Um exército tão grande, que poderia garantir a Juan de Castela o domínio de Portugal.
Esse poderoso exército passaria à história, em 14 de Agosto de 1385, num lugar chamado Aljubarrota.
O planalto da batalha de Trancoso, foi declarado Monumento Nacional e o dia 29 de Maio, é Feriado Municipal naquela vila portuguesa.
Só nos anos 80 do século XX se confirmou que a batalha se deu a 29 de Maio de 1385, por se ter descoberto num museu de Barcelona, uma lápide tumular, em que se faz referência a um nobre castelhano, morto naquela batalha naquela data.
2 comentários:
Já fiquei a saber algo novo/velho... Será que vamos ter um post a 14 de Agosto, com a descrição da batalha de Aljubarrota!?
Provavelmente não! Estarei de féria nessa altura... A não ser que algum/a companheiro/a de blog queira ter o obséquio...
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