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segunda-feira, setembro 22, 2008

Repensar o PS em Lisboa II

Devo dizer que este post começou num curto comentário ao post do José depois do golo do Maxi Pereira, e que o tamanho final é decido pela duração do intervalo.
A ideia principal, no caso de me perder pelo caminho, é que Lisboa está a mudar e o PS deve acompanhar essa mudança e ter uma estrutura mais profissional, mais ágil e mais próxima dos munícipes. Acho que ainda preciso de ter mais factos e mais discussões até realmente poder defender qual a melhor solução. Agora, encontro algumas falhas ou discordâncias nos argumentos usados pelo José, e decidi começar pela seguinte questão, porquê?
Porque é que uma secção com 1000 militantes faz reuniões com mais militantes? Será que o número de militantes é mais importante que a qualidade da militância? E será que queremos ter reuniões com mais de 20/30 militantes? Qual o objectivo dessas reuniões? Onde fica a discussão e o debate de ideias nessas megas reuniões?
Ok, não é só uma questão, admito que tenho muitas perguntas e ando á procura de respostas. Só uma salvaguarda, estas questões não significam que eu ache mal secções maiores, acho que o tamanho das secções é apenas um dos aspectos em discussão e, repito, ando á procura de respostas.

Repensar o PS (em Lisboa)

Foi com alguma curiosidade que li o que o João Ribeiro escreveu sobre a última reunião da Concelhia do PS Lisboa e os seus militantes.

Eu estive na dita reunião como representante do Secretariado da Concelhia do PS Lisboa, não conhecia o João, mas partilho com ele algumas das inquietações que revela no seu texto, nomeadamente as relativas ao grau e à intensidade da participação militante nas reuniões internas do Partido.

Bem sei que o PS está totalmente mobilizado na prossecução dos seus objectivos futuros (renovação da maioria parlamentar), mas a verdade é que essa motivação não se sente em outras estruturas do Partido, nomeadamente nas de base. Há, como imaginam, muitas razões para que tal aconteça (falta de interesse pela política partidária, existência de alternativas políticas e cívicas fora dos partidos, comodismo, etc.), mas estou em crer que o Partido é um dos principais culpados pelo estado a que a coisa chegou, pois promoveu e privilegiou - desde sempre - a existência geográfica e profissional em detrimento da concentração humana.

É normal que isso tivesse de acontecer na fase de implementação do PS na sociedade portuguesa, e o PS fez, nos primeiros anos da vida democrática portuguesa, um grande esforço para construir uma rede partidária que lhe permitisse cobrir geograficamente o país (e organizar e apresentar listas para todas as eleições – recordo que só nos anos 80 o PS conseguiu fazer o pleno de candidaturas nas Juntas de Freguesia e Municípios) e ocupar politicamente as empresas e sindicatos (lugares políticos privilegiados até à década de 90). Assim foi decidido que cada secção teria de ter, no mínimo, 15 militantes inscritos para existir. Repito, o objectivo primordial desta estratégia, há altura em que foi implementada, era a de obrigar o Partido à existência.

Claro que cada secção assumia uma relativa importância, não só porque representava a face do Partido em determinado local, mas porque permitia o acesso de militantes de bases aos órgãos colegiais superiores, leia-se congressos federativos e nacionais. Assim, e dependendo do rácio do momento, cada secção tinha direito a X delegados, segundo o seu número de inscritos. Tal situação levou à existência de secções fantasmas (existentes apenas para efeitos eleitorais) ou à desmultiplicação de secções para melhor aproveitamento do rácio (atendendo aos números de 2008, as secções tem direito a 1 delegado por cada 75 militantes, com o mínimo de 1 delegado. Neste cenário é mais proveitoso ter 10 secções de 15 militantes – e 15 delegados –, que 2 secções de 75 – e apenas 2 delegados).

Como vemos, o uso das secções foi muitas vezes invertido, em proveito dos seus coordenadores (que assim controlavam o acesso a algumas listas – nomeadamente as das Freguesias -, e aos delegados aos congressos, espécie de tribuna de honra para muitos militantes). Claro que generalizo, mas o meu ponto é que hoje não faz sentido ter secções com 15 militantes, e muito menos se nos estivermos a referir a secções de residência (o PS também tem secções sectoriais).

Na cidade de Lisboa o PS está organizado em 17 secções muito díspares, variando o número dos seus militantes (inscritos e activos) e o número de Freguesias a seu cuidado. Assim, por exemplo, a secção de Belém (a minha), secção média no espectro da Concelhia, não chega aos 200 militantes inscritos (muito menos activos), e tem a seu cargo, politicamente falando, as Freguesias de Santa Maria de Belém e de São Francisco Xavier. Já a secção de Benfica, com quase 700 militantes, tem as freguesias de Benfica e de São Domingos, e por ai em diante. Nem todas as secções têm espaço físico (algumas reúnem em hotéis) e muitos dos espaços existentes são, no mínimo, muito pouco convidativos. É este o estado da arte. E não parece melhorar, pelo contrário, até porque são muitos os coordenadores de secção que as entendem como coutada pessoal. O Partido assim é muito pouco efectivo e muito pouco atractivo. Assim entende-se a presença dos 20 ou 30 militantes das quatro secções convocadas para o efeito (representando as freguesias do núcleo central da cidade, de campo de Ourique a Campolide, passando pelo Bairro Alto e a zona de Fátima ou do Coração de Jesus).

A minha sugestão é simples: que se trate da reorganização administrativa do PS (em Lisboa). É um tema por demais adiado e que não pode esperar mais (e que devia, até, ligar-se à muitas vezes falada reorganização administrativa de Lisboa – e do país).

Tenho muitas vezes dito que temos um Governo do século XXI mas um Partido do século XX (e alguns políticos do século XIX). Temos tratar do processo de modernização do PS, sem traumas ou dogmas. A minha sugestão é que se inicie um alargado processo de debate e reflexão (a ser feito em todas as estruturas do partido, mas em especial às de Lisboa) e que se construa uma solução que possa permitir ao Partido Socialista ser o partido atractivo e atraente (nas suas bases) que já soube ser no passado.

Termino com uma ideia para Lisboa. A Concelhia tem cerca de 5000 militantes inscritos. Porque não 5 grandes secções com 1000 militantes cada? Decerto que teríamos nas reuniões bem mais de 20 ou 30 camaradas.

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Política & Memória


Como sabem estou envolvido na candidatura do Miguel Coelho à Presidência da Comissão Política do PS Lisboa. É um projecto político estimulante, ainda em construção, mas que se assume participativo, criterioso e transparente. È um projecto que procura, com base na experiência, cuidar do processo natural de renovação política do Partido Socialista na cidade de Lisboa.

Já referi, em textos anteriores (Hibernação, Renovação, Eleição - parte 1, parte 2, parte 3, parte 4, parte 5, parte 6; segunda série, resposta directa), que entendo que a política tem de ter critérios e métodos; e que não pode ser apenas publicidade e marketing. Deve também a política, a política de qualidade, ter memória, e não «escolher» o que se lembra e o que esquece.
Este tipo de tácticas, claramente «populistas», entroncam numa fórmula sectária e totalitária que já pouco se revê nos sistemas políticos contemporâneos. O passado fornecer-nos diversos exemplos onde o tratamento cuidado da informação condicionava a memória colectiva a construir. Esta manipulação, muito visível em vários regimes autoritários e totalitários, procurava garantir que a História obedecesse a uma Verdade ou a um Dogma próprio, definido pelo Regime.
Em Portugal o Estado Novo construiu e apresentou a sua visão da História, uma visão que se encontrava ao serviço do próprio regime. Esta visão, que eliminou da memória todo o período liberal, por exemplo; servia claros propósitos políticos e assentava numa estratégia simples: a diabolização do Outro, do adversário político (neste caso a I República); e, complementarmente, a apresentação incólume de um projecto regenerador, que assim aparecia como «salvador da História», como o portador da solução final.
Isto a propósito da postura que a candidatura do Miguel Teixeira tem assumido, nesta pré-campanha.
Neste blogue já procurei fomentar um alargado debate com o Carlos Castro - adversário político nesta contenda – que, como podem recordar, terminou por falta de argumentos do meu adversário, preocupado que estava em ataques daqui e dali, esquivando-se a todo e qualquer confronto de ideias ou critérios (Hibernação, Renovação, Eleição - parte 1, parte 2, parte 3, parte 4, parte 5, parte 6; segunda série, resposta directa).

Disse, na altura, que não fomento a «baixa política» do ataque fácil, da falta de critério e da desonestidade política; mas também assumo que essa estratégia, por parte da candidatura do Miguel Teixeira, é legítima, e penso que assumida (a baixa política, enfim, também acaba por ser política. É a política de quem não tem argumentos, de quem não quer discutir, debater ou construir; mas também é política).
Também já aqui referi a tendência para a construção da memória que essa candidatura ostenta (aqui e aqui), procurando apresentarem-se como os únicos salvadores da situação horrível que, na sua visão deturpada, existe. Para esta artificialidade surtir o efeito desejado, há que apagar da memória tudo quanto possa colocar em causa a versão oficial entretanto produzida.
Tudo isto em relação a este texto publicado pelo Carlos Castro; onde são bem nítidos os conceitos que tenho referido.
Descontando a publicidade barata, o Carlos procura, a reboque de uma acção de campanha, confrontar «o estado letárgico em que se encontra a Concelhia de Lisboa», com a solução Miguel Teixeira. Refere ainda «A falta de valorização da militância, a importância de contar com espaços políticos que sejam, de facto, consequentes e valorativos da participação e intervenção de cada um, são as mais elementares e legítimas pretensões de muitos militantes, que querem ter o seu PS, em Lisboa, activo e dinâmico». E remata com a apresentação da acção especifica «num espaço público, em Campo de Ourique, o Canas, centrando-se no papel decisivo das Freguesias na transformação e mudança da Cidade em áreas chave, como a Educação, o Ambiente e a Solidariedade».
O que o Carlos Castro se esquece de referir é que a Concelhia de Lisboa já organizou diversos debates, conferencias, colóquios, Universidades de Verão, o Forum Cidade, que trataram de temas centrais na vida da Cidade de Lisboa, e do PS Lisboa. Iniciativas com largas centenas de oradores e assistentes; militantes e simpatizantes; membros do Governo e autarcas; militantes de base e quadros do Partidos Socialista. Não os lembrar é não só um insulto às pessoas que se interessaram em participar e organizar tais eventos, como uma desonra à sua memória.
Decerto não se lembra, o Carlos Castro, que se organizou recentemente uma Convenção Autárquica, em Marvila, onde estiveram presentes a vereação socialista e o presidente da CML, bem como outros autarcas e a Juventude Socialista.
Terá sido, decerto, esquecimento, ou então deve considerar sessões dessa natureza de importância menor.
Na questão da militância, e da participação do militante do PS Lisboa em iniciativas da sua Concelhia, decerto terá o Carlos escolhido esquecer a iniciativa da Universidade de Verão, que contou com dezenas de convidados (da melhor qualidade que o PS, e a área da esquerda democrática, tem a oferecer) e centenas de participantes inscritos.
Só posso pensar que Carlos Castro julga que iniciativas deste género são de somenos importância.

Também terá decidido esquecer, decerto com as melhores das intenções, o projecto do Fórum Cidade. Esta iniciativa apresentou um programa completo para a Cidade a Manuel Maria Carrilho, que não o aproveito e que perdeu as eleições. Novo projecto do Fórum Cidade encontrava-se em funcionamento quando foi necessário construir equipas e programas para a recente eleição intercalar. Desta vez, por falta de tempo, contributo foi sectorial. António Costa soube aproveitar as boas ideias produzidas e introduzi-las no seu programa. Ganhou as eleições e está a aplicar algumas dessas medidas.
Relembro que o Fórum Cidade patrocinou centenas de reuniões e encontros, com largas centenas de militantes e interessados. Produziu material político. Mais, o projecto teve tanto interesse que se procurou, na oposição à Concelhia de Lisboa, construir uma dinâmica alternativa.
Imagino que para o Carlos Castro também este não seja um exemplo de participação de militantes em processos dinâmicos de construção de projectos políticos participados, articulados e significativos. Mas é esta a «forma moderna» de fazer política: esquecer o que «os outros» fizeram, pois eles são os portadores da desgraça, da inércia, da decadência.

Claro que toda a análise é facilitada pela não presença neste eventos; como tem sido o caso das últimas comissões políticas que foram promovidas à volta da equipa do PS eleita para a CML: António Costa, Manuel Salgado, Marcos Perestrello, Rosália Vargas e Cardoso da Silva (ainda por marcar, por falta de agenda, encontra-se a Ana Sara Brito).
Também sou levado a crer que para o Carlos Castro tais iniciativas decerto serão de somenos importância, menores.

Não, para o Carlos Castro importante é reunir, no «espaço público do Restaurante Canas» (e eu que sempre pensei que esse restaurante fosse propriedade privada???), elementos da responsabilidade autárquica do Pedro Cegonho e da Isabel Almeida (julgo que os únicos titulares de cargos autárquicos) e afirmar, sem pejo, que «Isto é que é!».
Não, o que interessa é o que a Nova História tem para oferecer: a novidade, apenas a novidade. Sempre dentro da metodologia que já indiquei; e que consubstancia na reescrita da história sem qualquer respeito pelo que NA REALIDADE aconteceu.

A isto chama-se, em linguagem académica, História-ficção.
Em linguagem política, populismo fácil e barato.
Em linguagem comum, publicidade enganosa.
E este não pode ser caminho que se deseje para o PS em Lisboa.

terça-feira, janeiro 22, 2008

Campanha interna. Confusões.


Parece que confundiram um convite para jantar com uma apresentação de candidatura.

O anuncio da candidatura do Miguel Coelho pode ser visto aqui, ou aqui (ao vivo no tal jantar que é referido).

Como se vê na carta, pré-natalícia (?), toda a grafia está deslocada e fora das linhas apresentadas pelo blogue da candidatura do Miguel Coelho. A colagem, entendida por razões de Markting, reforça o que temos aqui escrito: a falta de rigor e critério dos apoiantes da (até agora) única candidatura adversária. Não entendo. Honestamente que não entendo.

(mas, aposto, que voltaremos a ver exemplos destes no futuro, a campanha ainda nem começou...)

A História tem destas coisas

Fora o Homem Velho (neste caso Mulher). Viva o Homem Novo.

quinta-feira, janeiro 10, 2008

Renovar

verbo transitivo
1. repetir;
2. substituir por coisa melhor;
3. pôr novamente em vigor;
4. relembrar;
5. reabrir;
6. tornar novo;
7. dar aparência de novo a;
8. consertar;
9. melhorar;

verbo intransitivo
rebentar ou desabrochar de novo;

verbo reflexo
1. tornar-se novo;
2. rejuvenescer;
3. regenerar-se;
4. repetir-se;

(Do lat. renováre, «id.»)

Significados da palavra Renovar segundo o Dicionário de Língua Portuguesa da Infopédia.

Com base nisto, que tal o e o Carlos darem-nos exemplos e passagens programáticas de cada uma das candidaturas (ou pontos de partida para a construção desses programas) onde nos demonstrem que a candidatura que apoiam é a tal que Renova a Concelhia de Lisboa do Partido Socialista?

Fica o desafio, para não passarem o tempo a dizer "Eu apoio... Eu... Eu é que apoio a candidatura renovadora!"

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