«Nenhum povo pode amar mais Portugal que os Portugueses, nem instituição ou Governo pode haver que melhor os defenda que o Governo da Nação»
António Oliveira Salazar, 1943.
Em Abril de 1943 foram feito cartazes com esta frase (A4) e distribuídos pelos organismos do regime - União Nacional, Câmaras Municipais, Juntas de Freguesia, Administradores de Concelho, Governos Civis, etc.
Objectivo? Perpetuar o adormecimento generalizado da população, inculcando uma infundada sensação de segurança e de «calma social». Na verdade, a ideia de Paz Social, de tranquilidade absoluta nos anos 40 («enquanto a guerra aniquila a Europa») é conseguida através do uso articulado, sistemático e táctico da censura, que cortava tudo o que fosse potencialmente excitante. De crimes de sangue (nunca apareciam nos jornais), a combates nas costas portuguesas, passando por referências à falta de comida, a fomes, greves ou revoltas nada passava na imprensa. Tudo estava calmo.
Inclusive, em 1942, relatos de uma esquadrilha da RAF, com largas dezenas de aviões, sobrevoou a foz do Porto. Devem de ter sido vistos por milhares de pessoas. Existiu? Nunca. Combates aéreos nos céus portugueses? Nada. Pilotos abatidos ejectados e em fuga pelo Norte do país? Nunca visto. E pelo Sul? Nem sei o que foi…
É este o desígnio de um Governo? Fornecer uma mise-en-scene auto-legitimadora e justificativa que o perpetue?
Substitua «Portugal» por Madeira.
«Nenhum povo pode amar mais a Madeira que os Madeirenses, nem instituição ou Governo pode haver que melhor os defenda que o Governo da Madeira »
Ainda faz sentido? Diga-me você.
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