quinta-feira, agosto 31, 2006

Contas do dia


Chegado a casa, depois de mais um dia na Torre, introduzida a investigação na base de dados, revê-se o que falta.
- 3 - pastas - 3 -
A barreira psicológica à distância de umas horas. Depois, terminados 3 anos de investigação, revê-se e confirma-se se nada falta (e se faltar que se lixe), descansam-se 2 dias e escreve-se.
Sonho escrever.
Lindo,

Daily Show e Jon Stewart no seu melhor.

[via Pobres e mal agradecidos via A Praia]

Sobre a ultima Guerra no Líbano II

A Guerra e os Beligerantes

A Guerra em si é um acto estúpido, não serei pacifista ao ponto de dizer que é desnecessário, pois se os "países aliados" tivessem reagido quando a ameaça Hitler e o seu regime ocuparam ilegitimamente os Sudetas, ter-se-ia evitado muito sangue pois nessa altura a Alemanha Nazi ficaria confinada ao seu campo e os seus aliados ainda não teriam a vantagem de serem defrontados com tropas de ataque regular e bem treinadas para uma guerra ofensiva, mas péssimas quando na defensiva, por isso a Guerra é muitas vezes inevitável, mas não deixa de ser um acto estúpido que provoca sofrimento.

Para haver Guerra tem que haver duas partes neste caso temos um Estado que é Israel que foi uma ideia de grupos sionistas (defensores do regresso á terra de Síon) projecto esse concretizado graças ao infortúnio de seis milhões de vidas da sua área religiosa, sendo que grupos resistentes judeus forçaram a implantação e criação de um estado nacional mais pela luta destes grupos do que porque o Reino Unido e a França o queriam, diante deste facto consumado e fortemente apoiados pela diáspora Judia dos U.S.A. (e doutras partes do mundo) e pela União Soviética e os países do COMECON interessados em despachar para lá os milhões de Judeus que tinham nos seus territórios (cidadãos que se recusavam obstinadamente a viver em ditadura e a perder as suas características sociais, culturais e religiosas). Aceitou-se a partir daí a ocupação dessas terras e a implantação de um estado primeiro ilegal (a quando da declaração de Ben Gurion) depois legalmente aceite internacionalmente e reconhecido, por muito que custe a muitos, pela esmagadora maioria dos estados da então e da actual Comunidade Internacional.

Do outro lado temos o Hizbollah ("o partido de Deus" ou em árabe: حزب الله‎), este movimento era uma federação de várias pequenas organizações radicais Xiias Duodecimanicas criadas no contexto da Guerra Civil Libanesa de 1982 e depois da Israel ter invadido o sul do Líbano, sendo algumas criadas e apoiadas pelo Irão que também é Xiia Duodecimanico e outras pela Síria, cujo os governantes são Xiias apesar de a maioria da população ser Sunni (sendo os governantes sírios, “Xiias septimanicos fastos fatimidas” ou “alawitas” sendo uma minoria dentro da minoria Xiia dentro da Síria pois os Xiias sírios são Duodecimanicos na sua generalidade) mas que mais tarde alinharam no jogo iraniano pois ficaram sem aliados quando a União Soviética e o COMECON deixaram de existir e o regime do Iraque caiu (aliás os dois países, a Síria e o Iraque, tinham o partido Baath como governante que era em termos ideológicos um misto de autocracia comunista árabe, com valores morais religiosos islâmicos mas com forte preponderância laica em termos sociais) esse alinhamento também se deveu ao cessar fogo da Guerra dos Campos (que opôs o Partido Amal Xiia Duodecimanico financiado pela Síria, ás vezes apoiados pelas Milícias do Partido Socialista Progressista e o Hizbollah e as Milícias Palestinianas da O.L.P. ás vezes apoiadas pelas Milícias do Al-Murabitum a maior Milícia Sunita Libanesa da altura) e da Guerra Civil Libanesa em 1989. O Hizbollah tem como Secretário-Geral (temos que compreender que estes não têm eleições e que este titulo é honorifico e não o resultado de eleições internas) o Xeque Hassan Nasrallah e que é formado exclusivamente por libaneses Xiias Duodecimanicos sendo uma organização que reconhece o princípio do "welayet-al-faqih", ou seja, a primazia do guia da revolução iraniana sobre a comunidade xiita, esta teoria foi constituída a partir da interpretação feita pelo "ayatollah" Khomeni e retirada duma "surata" (versículo) do Alcorão intitulado "A Mesa Servida" (5:44), o mesmo sustenta a supremacia governativa dos clérigos, uma vez que estes, alegadamente dispõem do "conhecimento sagrado para adivinhar o significado oculto do Alacorão" conhecimento esse que lhe permite também "participar na revelação final da palavra de Alah", assim o modelo de Polis é o Estado Islâmico sob a supervisão "welayet-al-faqih", onde o Teólogo Jurista desempenha o cargo de Guia Supremo actualmente é o "ayatollah" Ali Khamenei, deste modo o Movimento/Partido Hizbollah é gerido por um uma Hierarquia de "Mujtahid" ou "gente que faz um esforço (ijtihád) de procura da verdade" sendo todos os seus lideres "Mestres" (Mollah), pois os restantes títulos dessa Hierarquia são difíceis de alcançar por alguém tão distante dos lugares santos Xiias e sem escolas com preponderância para formar graus superiores. O Hizbollah como referi reúne diversos movimentos, com preponderância do ramo libanês do partido Ad-Daawa (fundados e apoiados pelo Irão os partidos Ad-Daawa tinham na altura da sua fundação os ramos Jordano, Iraquiano que chegou a ser o mais importante movimento de oposição Xiia Iraquiana, e o ramo Palestino que é agora o Hamas), na época da sua fundação, os objectivos declarados deste partido eram estender a revolução islâmica iraniana e criar um estado islâmico no Líbano, o que lhes deu o nome popular de "partido de Deus" (Hizbollah) confundindo-se assim este partido com a Federação de movimentos que está na sua origem, hoje este Partido tem temporariamente renunciado a este objectivo, sendo que nas regiões de predominância Xiia, toma progressivamente o lugar do seu rival Partido Amal (que é anti-palestiniano e era claramente pró Sírio, embora se tenha nos últimos tempos distanciado progressivamente de Damasco a partir de 1989), enfraquecido pela corrupção. O Hizbollah é uma organização claramente terrorista, o responsável comprovado pelos atentados de 17 de Março de 1992 (em que uma bomba fez trinta mortos na Embaixada Israelita na Argentina) e de 18 de Junho de 1994 (num atentado que fez 87 mortos num Centro Comunitário Judaico também na Argentina), nos quais o estado argentino acusou formalmente o Irão e o Hizbollah de estarem implicados sendo que vários membros da comunidade Xiia local, com ligações ao Hizbollah, foram detidos, julgados e condenados pelos atentados. Desde 1989 que esta organização é legal e partidária, no Líbano, e conta com deputados (14 em 128) e Ministros, no Governo, sendo que o actual Presidente da Assembleia é um dos seus Deputados eleitos, a sua plataforma ideológica política é simples: protecção do povo Xiia contra as outras comunidades (estando a tentar estabelecer pontes com os Sunnis pró Sírios); a luta contra o estado de Israel, defendendo o deslocamento integral deste Estado e a expulsão da população israelita para outras regiões do planeta. Este partido desenvolve também uma série de actividades em cinco áreas de actuação principal: ajuda a familiares dos "mártires", ou seja, bombistas suicidas que morrem em Israel depois de terem morto civis e militares, bem como os seus combatentes mortos nos bombardeamentos Israelitas e nas suas Guerras com Israel; Saúde em que possui uma rede com 5 hospitais, 43 clínicas e 2 escolas de enfermagem em todo o Líbano e segundo a O.N.U., pelo menos 220 mil pessoas de 130 cidades libanesas se tratam nesses locais; Educação religiosa Xiia possuindo uma rede de 12 escolas com 7000 alunos e 700 professores e centros culturais franceses que auxiliam no aperfeiçoamento do corpo docente; Reconstrução sendo que nesta área existe uma instituição exclusiva para reparar danos causados, aos Xiias, pelos ataques israelitas, motivados pelas represálias destes aos seus ataques terroristas; Agricultura onde engenheiros agrónomos formados em Beirute, na Síria, no Irão e na Alemanha, desenvolvem projectos agrícolas para garantir a base da economia de subsistência do sul do país. O Hizbollah construiu estas instituições e as mantêm com o apoio financeiro do Irão e da Síria, embora nos últimos tempos através da cobrança do "Zakat al fitr" (doação de esmolas aos pobres, um dos cinco pilares do Islão que é feito na altura do Ramadão) para as suas instituições de caridade consegue manter todos estes projectos, sendo quase independente do apoio do Irão nestas áreas, ainda sobre este assunto convêm referir que após a investigação e neutralização de uma rede de trafico de droga libanesa efectuada pelas polícias brasileira e equatoriana, efectuada no dia 21 de Junho de 2005, levantaram-se fortes suspeitas sobre que o Hizbollah seria o eventual destino dos lucros obtidos por este tráfico de estupefacientes. Estes projectos ajudam o Partido a conquistar apoio popular e político, influência ideológica e a recrutar, treinar e manter membros da sua milícia armada entre a população local Xiia. Desde de Setembro de 2004, o Conselho de Segurança da O.N.U. levou a votação uma resolução que exigia, designadamente, o desarmamento do conjunto das forças não governamentais no Líbano, esta resolução que ordenava que "todas as milícias libanesas e não libanesas fossem dissolvidas e desarmadas" e o Hizbollah (designado muito claramente), face a esta clareza das intenções, quando se tentou pôr em pratica a mesma, demonstrou-se que existia um impedimento de natureza não factual na implementação e execução desta medida no terreno, invalidando ou tornando inócua a tal resolução, com o número de 1559, pois o Hizbollah recusou, qualquer desarmamento. Este tem contra si uma parte das forças da oposição libanesa favoráveis à execução completa desta resolução (ou seja a que haja um estado libanês soberano) que propõem um plano de desarmamento, que o Hizbollah recusa, enquanto considerar que o exército libanês não pode assegurar a segurança no Sul do Líbano. Com uma ronda de negociações em Maio de 2005 foi pedido ao Hizbollah que proponha um plano de desarmamento este recusou tal proposta, na oitava sessão da conferência de diálogo que visa chegar um acordo sobre o desarmamento do Hizbollah que se iniciou a 8 de Junho de 2006, por casa desta posição inamovível do Hizbollah esta acabou em desacordo.

quarta-feira, agosto 30, 2006

Manel & Teresa

Se continuamos esta discussão, este blog vai ficar uma seca. Eu bem tentei manter isto nos comments, mas tu decidiste dar-lhe destaque de 1ª página...
Mas vamos por partes...

Sandra foi o nome que tu deste como exemplo do que estava de errado após a lacragem dos teus impressos, e o tempo e trabalho que tiveste para alterar. E eu referi-o somente para me meter contigo! Mas obrigado pela tentativa de atestado.

Depois, a parte do domínio da coisa, bem... ainda me lembro do filme do Asterix (em desenho animado) dos Dozes Trabalhos de Asterix, e o trabalho que envolvia a burocracia. Pensares que tinhas o domínio da situação é, no mínimo, estares com uma branca.

Seguindo em frente, por se estar a começar o choque tecnólógico, é perfeitamente normal estas situações acontecerem. O que já não é normal é acontecerem repetidamente. Depois do escândalo da colocação dos professores no tempo do Flopes, já se devia estar mais que avisado para situações como esta. Aliás, um exemplo do que eu estou a dizer é, todos os anos, a lentidão no acesso às pautas de entrada no Ensino Superior (que tem melhorado, diga-se).
Não deixa de ser curioso que seja na Educação e "primos" que a tecnologia se tem implementado mais.
Não me parece muito correcto atacar o Mariano Gago, neste particular. São situações que extravasam a competência ministerial. São coisas para um departamento informático.
Agora, e soluções (que isto de criticar é bonito, mas...)? Pois bem, independentemente de todos os choques tecnológicos que se possam dar neste país (e até se podia discutir se temos país para isso), se não se mudarem mentalidades não vamos lá. Que mentalidades? Bem, que tal em vez de contratarmos uma ou duas pessoas (não discutindo a qualidade téecnica das mesmas, uma vez que o facto de serem filhos de A ou B não lhes retira - ou dá - capacidade técnica) por 4000€ cada/mês, que tal contratarmos empresas especializadas no desenvolvimento e manutenção de portais, e tudo o que neles implica? É caro? Pois é! Haveriam certos partidos que viriam reclamar? Pois com certeza! Saberiam eles do que estariam a falar? Duvido! É que estas coisas não se resumem a Linux ou Windows. Tempos de acesso, tempos de performance, acompanhamento online, desenvolvimento maciço, manutenção permantente são algumas das situações que se pagam, e bem! E estão fora do âmbito da discussão política. Porque se funcionam nínguem díz nada, e se "berram" logo há quem peça que se atribuam responsabilidades.

Como as soluções apresentadas no nosso choque tecnológico, algumas delas, são desenvolvidas por quem não tem a experiência necessária para tamanha empreitada, as situações mantém-se. Mas alguem sabe quem está por trás daquele desenvolvimento? Quem decidiu a parte tecnológica? Quem escolheu a solução? Alguém sabe?

Mudando a agulha, mas mantendo-me na resposta ao teu post, porque é que a investigação depende do Estado e da FCT? Onde estão as empresas e os seus centros de investigação? Onde estão as Universidades (privadas e públicas) a financiar a produção de matéria crítica? O Bloguítica pergunta, e bem, se o projecto MIT não está esquecido. Eu pergunto: Onde andam as Universidades portuguesas no apoio e investimento da investigação em Portugal? Na altura, muitas ficaram ofendidas com o projecto MIT. Mas, além de chorarem, que é que fizeram? Nada. Como é habitual...

Talvez, um dia, tenham de adiar a abertura de portas, pois não têm alunos suficientes para leccionar. Foram para outras universidades onde têm mais e melhores apoios. É que os putos começam a aprender inglês no ensino básico.

P.S. - Os nomes escolhidos para representarem a informática (Manel) e a burocracia (Teresa) são da exclusiva responsabilidade do Clube Loja de Ideias, e foram escolhidos ao acaso, não se devendo pensar em qualquer conotação com qualquer realidade que possam estar a pensar (private joke :) )

Piada

Rui,

Falaram contigo?

Aparentemente, e após aqui termos debatido o problema, o senhor Manel e a senhora Teresa juntaram-se e concluíram:

- Isto assim não dá! Bora lá adiar (uma vez mais) o prazo.

E assim, à boa maneira portuguesa, hoje, já bem depois das 21 horas, apareceu o (esperado) seguinte comunicado:
Que se diga, no entanto, que este é já o segundo adiamento. O prazo inicial era 31 de Julho…São quase 7 semanas de diferença. Já com as candidaturas a bolsas foi o mesmo cenário. Mudança de «normalidade» (candidaturas em Março, para receber em Janeiro do ano seguinte), adiamento do prazo (de Março para Abril) e lançamento das avaliações no último dia (25 de Agosto), tendo pessoas recebido o e-mail respectivo já de noite.
Agora questiona-se: não seria tudo isto previsível? Não é esta a principal tarefa que o MCTES faz ? E o Ministro? Onde está? Vai-se apurar responsabilidades? E responsáveis? Duvido.
Duvido mesmo que esta história chegue à imprensa, aos jornais. E se for o caso, tudo será remetido para as tais explicações estatística altamente justificativas - «5000 visitas, não sei quantos milhares de projectos, de bolseiros, etc.», e terminará sempre «o Governo apoia a investigação científica. Vejam este quadro...». E segue-se a página desportiva. E quem de direito dirá: «porra, a ver se daqui a 2 anos isto não se repete». Não entendeu nada.

Teresa & Manel


Rui,
em primeiro lugar, apesar de teres respondido à Sandra, fui eu que tive os problemas. Promenor. Depois, pela qualidade e polémica do texto, puxei-o para o main do Blogue. Merece ser lido aqui, e não somente nos comentários...
Disseste:

É claro que tens razão, Rui. 90% dos casos o que acontece é má gestão conjugada com péssima visão de planeamento estratégico. Não quis dizer, nem queria que assim me interpretasses, que a culpa é dos informáticos. Não. O ponto é que quando se pensa na burocracia eficaz, sem papéis e barata, sem «donas Teresas», temos de dotar o Estado dos instrumentos necessários à execução das suas promessas e objectivos anunciados. O problema é que na Burocracia clássica eu, como «utilizador» posso aceder à informação e tornar-me independente da estrutura institucional, dependendo exclusivamente de mim (no preenchimento da papelada certa, dos carimbos ou assinaturas). Na burocracia tecnológica a capacidade de resolução e controle autónoma da relação com o Estado transfere-se de mim para a capacidade informática, o software utilizado, a equipa informática, etc. Ou seja, já não dependo exclusivamente da minha pessoa, mas de factores externos, alheios e não controlados.

Este recente exemplo da FCT, como em tantos outros, não é mais que a manifestação, não da capacidade técnica de formulação de soluções burocráticas inovadoras e «progressistas» viáveis, mas da inabilidade de previsão estratégica e da não compreensão das múltiplas dimensões envolvidas na equação do problema. É fácil dizer que se «vai atacar a burocracia», que se vai simplificar e tornar obsoleto as filas de espera, as toneladas de papel, etc. É fácil prometer acessos rápidos, vias digitais. É fácil mostrar datashows estatísticos que colocam o país no primeiro terço europeu no ranking do acesso à Internet, ou na percentagem de PIB investido na transformação tecnológica necessária e urgente (admito).
Construir estatística não custa. O difícil é prever. É pensar estrategicamente. É saber que, no caso da FCT, toda a comunidade científica depende dos seus fundos, quer na forma de bolsas quer na forma de projectos de investigação (que também podem contemplar bolsas de investigação). É saber que a atribuição das bolsas é feita anualmente. Que os concursos são de 2 em 2 anos. A coincidência de prazos, neste caso, manifesta a incompetência política e técnica que temos denunciado e que, cinicamente, se procura combater quando se anunciam os «simplexes».

É isso que critico, Rui.

A dona Teresa que defendo não existe. Ela representa-me a mim, à minha capacidade de, na relação com o Estado, eu conseguir resolver os meus problemas. Eu até não me importaria de colocar nos senhores Maneis a responsabilidade de gestão desta articulação, mas então que lhes dessem capacidade real efectiva. O problema é a dependência de terceiros e como isso interfere no meu dia-a-dia. E isso eu não posso permitir. Eu tenho de poder controlar a minha relação com o Estado. Não fazê-lo é matar a base democrática da nossa sociedade contemporânea. E isso não podemos permitir.

Sobre a ultima Guerra no Líbano I

Reajo a frio a este acontecimento, depois de muita reflexão pois julgo que é o melhor.
O mito de um só Beligerante.
Israel segundo a esquerda anti-imperialista (aquela que defende um império comunista totalizador e antidemocrático global), a esquerda alter-globalista (aquela que defende que a globalização é má, mas que não dá soluções diferentes a não ser o reforço dos egoísmos nacionais) e a extrema direita racista e anti-semita é único culpado por ter sido bombardeado nos últimos seis anos (desde que deixou o sul do Líbano) e de ver o seu território evadido de vez em quando e de dois soldados seus terem sido raptados num claro acto de Guerra, também é segundo esta união sue generis entre a extrema esquerda e a esquerda totalizadora conjuntamente com a extrema direita racista e anti-semita, o único beligerante, tendo como acepção que beligerante é quem faz a guerra, sendo que os “pobrezinhos” dos libaneses estão a ser bombardeados sem razão aparente.
O Hizbollah (“o partido de Deus”), segundo estas áreas ideológicas, é uma organização de pessoas pacificas e tementes a Deus, que respeitam o modo de vida Ocidental e Europeu, que não são nada anticomunistas ou anti esquerdistas, estes estão apenas a resistir ao invasor, a saber, os “horríveis” Judeus que oprimem sem dó nem piedade todas as boas almas que vivem naquela área geográfica e que nunca foram sequer evadidos por ninguém. O Hizbollah é segundo estes “opinion makers” um bando de resistentes nacionalistas, que deve ser heroificado pois não é nem apoiado por um regime autocrático semi-comunista-extremista ditatorial da Síria nem por um Governo extremista e autocrático que tomou conta (e está para ficar) do que restava da democracia Iraniana. O Hizbollah é tão inocente que não é responsável por limpezas étnicas aos Drusos, Cristãos, Sunis e Xiias apoiantes do Partido Amal da região do sul do Líbano e de muitas execuções sumárias aos militantes do Partido Socialista Progressista, tudo a quando da Guerra Civil do Líbano, pois quando se fala em massacres só existiram os de Sabra e Shatila perpetuados por os horrorosos Judeus (é pena é que não se lembrem que esses massacres das Guerras nos Campos em 1985 foram entre milícias Libanesas e Palestinianas e não contaram com a participação directa de Israel) e que segundo Mel Gibson, (secundado aliás pelos manifestantes em frente das embaixadas de Israel e dos U.S.A. em todo o mundo, será que Mel Gibson será um novo ícone desta “esquerda”) são e cito “responsáveis por todas as guerras”.
Esta fina ironia serve apenas para demonstrar as contradições gritantes e completamente absurdas entre o que é um facto e o que estes grupos ideológicos pensam que são factos.

FCT


Simplex,

Com toda a pompa e circunstância são anunciados «Planos Tecnológicos», Autoestradas informativas, o fim da burocracia desnecessária e reprodutiva. Pois bem, eu compor o discurso. Pago e quero resultados.

Pois bem, depois de vários flopes (ou Santanas) eis que o últimos dias vividos no seio da maquina do Estado, em virtude de estar envolvido em candidaturas de projectos de investigação (a serem apresentados à FCT), vieram comprovar a falta de visão antecipatória das nossas principais instituições, a escassez de recursos efectivos e a incapacidade de resolução lesta e prática dos problemas não antecipados e decorrentes, em última análise, de má gestão.

A situação contextualiza-se num par de linhas.

A FCT (Fundação para a Ciência e Tecnologia, do Ministério da Ciência e Tecnologia e do Ensino Superior) é quem em Portugal financia bolsas. De Mestrado, Doutoramento e Pós-Doutoramento. Toda a gente concorre. É também a FCT que, de tempos a tempos, abre concurso para projectos de investigação. A este todas as instituições concorrem. Decorre até dia 31 de Agosto o prazo para a submissão das candidaturas. Tudo online. No último dia 25 de Agosto, sexta-feira, foi o dia em que a aprovação das bolsas foram tornadas públicas, justo no último dia legal para a sua apresentação. Tudo online. Simplex. Tecnológico.

Desde segunda-feira que nada funciona no site da FCT. 5000 visitas em simultâneo, dizem, em tom justificativo. « - não esperávamos»… Claro que não, toda a comunidade cientifica deste país depende desses dinheiros. É a definição dos financiamentos para os próximos 3 anos, de toda a gente. Seria de esperar que fossem visitar o site para saberem da sua vida, não???

Resultado, às 2.30 da matina até que se faz alguma coisa. De resto, é para esquecer. Desesperar. Partir a cara a alguém. Cada vez que se pensa que consegue introduzir algo nos diversos formulários, expira a sessão, lá temos de introduzir todos os códigos, nos diversos níveis de acesso, esperar pelo carregamento – lento e incompleto – de páginas para, quando já estamos novamente quase a terminar o tempo, nos depararmos que tudo o que tínhamos conseguido fazer na última hora não gravou, não inscreveu [é aqui que a vontade de bater aparece…].
A reacção institucional, à boa maneira lusa, foi o seguinte comunicado

COMUNICADO
Dado o numero excepcionalmente elevado de acessos que se tem verificado nos últimos dias da submissão de projectos no âmbito do concurso aberto desde 15 de Junho, a FCT esta a envidar todos os esforços no sentido de resolver as dificuldades criadas por esta situação.
Para alem das medidas que a FCT esta a tomar, nomeadamente no que se refere ao reforço do equipamento informático, aconselha-se todos os proponentes a quem apenas falte validar e selar a candidatura que enviem um e-mail para
submissão.projectos@fct.mctes.pt com a chave publica do investigador responsável (IR) e a referencia da candidatura.
No caso de não serem detectados erros de preenchimento a candidatura será lacrada pelos FCT e enviada confirmação por e-mail.
No caso de serem identificadas falhas de preenchimento será enviada por e-mail a respectiva para que o IR proceda as correcções adequadas.
Solução? O problema, não sei se estão a entender, não é a parte de lacrar (se bem que esta também possa dar algumas chatices). Tudo se passa antes. Como vai ser possível carregar formulários complexos e densos? Conferir currículos, todos em inglês, equipes de investigação, contas, orçamentos, pessoas/mês, State of the Art, Abstract, resultados, impactos, etc? Como podemos trabalhar se a ferramenta apregoada e vendida não funciona? Sem falar nas dezenas de horas dispendidas, no stress acumulado, do sono perdido.

Até quinta-feira, deadline para lacrar as candidaturas, o pânico, já instalado e a disseminar-se, deve aumentar.

Hoje, depois de uma manhã de absoluto desespero onde, depois de uma noitada até às 6 a preencher formulários online, foi acordado às 9 por um colega de projecto, quando reparou que me tinham trocado de género. De José passei a Sandra. Eram 9 horas e pela hora de almoço o projecto seria lacrado (não aceitando mais mudanças à posteriori). Só tinha de mudar o meu nome, o número de telefone. Conseguimos fazê-lo às 13 horas.

Quero ver os próximos dias.

Simplex? Venha lá essa folha de papel, esse selo branco e a velha burocracia. Prefiro uma qualquer «Dona Teresa da Secretaria» ao «Senhor Manel da Informática».

terça-feira, agosto 29, 2006

Fez Ontem Anos...

Às vezes são coisas que sucedem. Temos algo pensado da qual nos lembramos todos os dias... excepto no dia em que nos deviamos lembrar.

Foi assim que ontem, o tal dia em que era suposto me lebrar, me esqueci de pôr aqui a referência ao discurso que já cá pus à já uns tempos. Porque fez ontem anos que ele foi proferido.

Desinspirado...


... & desesperado, a terminar os projectos para a FCT... [que massacre...]

sexta-feira, agosto 25, 2006

quarta-feira, agosto 23, 2006

O Maestro

"Guess whos back, back again/ Rui is back, tell a friend/ Guess who's back, guess who's back, guess who's back/ Guess who's back..."

segunda-feira, agosto 21, 2006

Recomendações


Jon Stewart no seu melhor. Lapidar. [via Arrastão]

Paulo Gorjão sobre Ana Gomes. «Será que está mesmo a falar a sério?» in Bloguitica, 21 Agosto.

«Marcelo Caetano» por António Costa Pinto, in Diário de Notícias, 19 de Agosto.

António Vitorino, «Lições (com futuro)», in Diário de Notícias, 18 de Agosto.

Pena é que o Público já não esteja online...

sexta-feira, agosto 18, 2006

(ainda) Marcelo


Interessante entrevista à filha de Marcelo Caetano, integrada no especial comemorativo sobre a esperança de 69. Com direitos a cortes cirúrgicos e tudo (não foi em directo, ao contrário do que é costume), procurou-se passar, durante a hora e meia de conversa, algumas ideias demasiado óbvias e mal disfarçadas.
Alguns exemplos. Apesar das tentatives da Judite em colar Marcelo Caetano a umas humildes origens, lá admitia Ana Caetano que a família era «de província», onde o pai, que sabia ler e escrever, chegou a Director-geral, os tios eram todos licenciados (pelo que percebi), onde as irmãs eram profesosoras primárias (que vulgaridade) e que tivera uma infância de «pequeno príncipe». Ideia furada Judite, não? Talvez classe média/média alta, muito educada, de província. Povo? Não me parece.
Depois, e aí de forma inteligente, a colagem multigeracional entre Marcelo, Joao de Barros e os Rebelo de Sousa. Marcelo Caetano, caso não saibam, casou com a filha do grande pedagogo, «homem de esquerda» nas palavras de Judite, João de Barros. O seu filho, Henrique de Barros, seria, pelo PS, Presidente da Assembleia Constituinte em 1975. A relação entre ambas as famílias? De normalidade, atracção intelectual e desavenças políticas, nada de mais. Mais tarde, assim como havia sido natural essa relação, também os Rebelos de Sousa (Baltasar e o seu filho Marcelo) os Rogeiro (Nuno Rogeiro e o Pai), os Melo e Castro, os Freitas do Amaral, os Galvão Teles, o Adriano Moreira se relacionariam com o pai Marcelo. Há uma ideia, essa certa, de uma certa imobilidade endogénica da elite política e intelectual que se perpetua e respeita além dos regimes políticos que patrocina. Assim como João de Barros vira em Marcelo um intelecto irrequieto de génio, e o respeitara por isso, também Caetano viria em Adriano Moreira , Marcelo Rebelo de Sousa (e Nuno Rogeiro???) espíritos de formação impar e de futuro. Não nego a existência destas relações, nem o que as características previsíveis do recrutamento político e universitário. Não acompanho é a colagem «liberal» e tolerante que acompanha o discurso. Casar com a filha de João de Barros é deixar de ser peça integrante, fundacional do Estado Novo? Dos seus principais teorizadores? É esquecer todo o percurso feito em (quase) todas as instituições do regime. É que Marcelo foi professor nas Universidades, Reitor, Deputado à Assembleia Nacional, Ministro (varias vezes), procurador à Câmara Corporativa, dirigente máximo da Mocidade Portuguesa e da União Nacional (e, mais tarde, da Acção Nacional Popular). Escapou à Legião Portuguesa e a ser agente da PIDE. Ser doutor em Direito, professor emérito é esquecer a noção de Estado e Democracia que tinha? Só se enalteceram qualidades. E, naturalmente, estas passaram aos seus discípulos. Deles, o que lhe herdou o nome, hoje transporta bem a sua memória.

No resto da entrevista, gostei da atitude relaxada da Ana Caetano, demasiado óbvia quando entrava nas perguntas – respostas clichés (Africa, a Guerra e a Descolonização; o 25 de Abril), mas naturalmente imprevisível e correctiva qb (como quando corrigiu a Judite acerca das origens humildes do pai) e mesmo agradável (como quando contou o seu 25 de Abril ou quando se aventurava mais nas suas memórias). Interessantes dois promenores. Um ao denunciar o arranjo da entrevista (fui ver isto depois da nossa conversa…) e outro sobre o corte, visível, a meio da entrevista.
Judite, para variar, perdeu uma óptima oportunidade de poder retirar muito mais da filha do último Presidente do Conselho do Estado Novo. Demasiado previsível, deu várias respostas com as perguntas (foram os ultras, não foram?), errou nalgumas partes (como nas origens), não deixou a entrevistada entrar no programa e, pior, deixou no ar a impressão de uma entrevista programada e objectivada – amaciar a memória do pai de Ana.
Depois da entrevista, e sem intervalos, um documentário especial sobre Marcelo Caetano. Péssimo. Com erros – a Câmara Corporativa é de 1934 e não de 1932 [errata, por reparo do Rui Pedro, que notou a repetição do ano de 1934], a Mocidade Portuguesa não substitui a Acção Escolar Vanguarda – e sem chama. Clichés atrás de clichés (três partes – Primavera / Outono e Inverno), nunca entraram no Homem, na sua educação, na sua formação ideológica, no seu percurso político. Deixaram os anos correrem, com as datas a imperarem, sem análises ou ligações. Uma colecção de imagens (que bom arquivo tem a RTP) narradas, sem fio ou sumo. Na ficha técnica (que estive atento) nem consultores, arquivos consultados, nada. Trabalho da casa, feito em casa com a casa (podiam ter consultado um arquivozito…). Perda de tempo e de recursos. Já não deviam estar pessoas de valor atrás destes projectos?
Enfim, um bom serão televisivo a pedir mais. Para quando o próximo?...

quinta-feira, agosto 17, 2006

100 anos


Aparentemente este senhor faria hoje 100 anos.

Acho, sinceramente, que não teria melhor aniversário em vida. Primeiras páginas dos jornais de referência, entrevistas a familiares directos em prime time televisivo no canal do Estado, imagem refeita e uma ideia: não fez mais porque não o deixaram, porque não pode, porque os ultras – esses malucos-que-justificam-tudo– o impediram.

Hoje, liderado pelo afilhado e as suas conversas em família, caiu-se na fácil tentação desculpatória e revisionista. «Era, na essência, um professor». «Ainda hoje o estudamos, nas suas sebentas, nos seus livros». «Todos os dias pensava em como podia acabar com a Guerra Colonial». Tudo verdades contadas. Como verdade foi a DGS, uma PIDE pseudo light que nunca deixou de existir e de se fazer sentir. Como de verdade foram as cargas lançadas açaimas sobre indefesos estudantes; como foi o policiamento das Colónias frente a grupos terroristas ilegais. Como de verdade foram as eleições de 1969, de 1972 e 1973. De verdade foi também o fim da censura, e instalação do exame prévio.

Muito mudou para que tudo ficasse na mesma. O professor, mesmo com a sebenta sabida, nada fez.

Porque falhou? «Os homens tem limites», dizia a filha na Grande Entrevista da RTP 1 (agora finda). E Marcelo tinha os seus. Doutor aos 25, Catedrático aos 27. Procurador, Ministro, Comissário da Mocidade Portuguesa, Presidente da Comissão Executiva da União Nacional. Professor de mérito e Magnifico Reitor. A Marcelo foram oferecidos todos os limites. O regime não tinha para si segredos. Liberais, Ultras, Católicos, monárquicos. A todos conhecia, com todos convivia. Sabia com que contar.

Verdade é que Wiriamu aconteceu, Ribeiro dos Santos aconteceu, os Gorilas aconteceram. A verdade é que não soube, que errou. E pagámos por isso. Todos.

Não basta tentar lembrar a sua Primavera. Depois de qualquer longo Inverno até o mais ténue raio ofusca. Ver Marcelo, nas suas palestras íntimas televisionadas, com os seus óculos escurecidos, a face comida quando se desconforta, não engana. Este senhor não é um democrata. Não é um liberal. Não fez tudo o que queria? Que raio de político é que o faz?
Olhem a foto. Tem todo de democrata, não tem?

20

Grandes avanços para os lados do Tombo. Faltam 20 pastas.

(se bem que há mais 6 a averiguar com mais atenção...)

A Tradição Já Não É O Que Era...

Muito provavelmente, os sites mais utilizados na Net serão os motores de busca. Só assim se compreenda que após o "estoiro" do mercado louco da net, as empresas que ficaram foram maioritariamente as que se fundamentavam em boas buscas (sejam elas de busca genérica, como o Google ou o Yahoo, ou buscas específicas, como a Amazon ou o eBay). Tirando estas, o que mais se notou foram os grandes grupos a apostarem nesta nova vertente de negócio, utilizando sobretudo a compra de start-ups com potencialidade, que depois desenvolveram no seu âmbito de negócio.

Desde estes tempos que nos vários motores de busca a palavra sexo, nas suas várias variações linguísticas, reinava como a palavra mais utilizada para pesquisas, perdendo somente durante uns curtos meses para Pamela Anderson (que é mais ou menos a mesma coisa!).

A AOL lançou agora o ranking de palavras mais utilizadas no seu motor de busca. E qual foi a mais utilizada? Google! Definitivamente, a tradição já não é o que era...

Acompanhamento

Para quem quiser acompanhar as eleições para o Senado e para Governador, nos E.U.A.

Sabemos Que o Mundo Mudou Radicalmente Quando...

sexta-feira, agosto 11, 2006

Ontem e hoje

«Nenhum povo pode amar mais Portugal que os Portugueses, nem instituição ou Governo pode haver que melhor os defenda que o Governo da Nação»

António Oliveira Salazar, 1943.

Em Abril de 1943 foram feito cartazes com esta frase (A4) e distribuídos pelos organismos do regime - União Nacional, Câmaras Municipais, Juntas de Freguesia, Administradores de Concelho, Governos Civis, etc.

Objectivo? Perpetuar o adormecimento generalizado da população, inculcando uma infundada sensação de segurança e de «calma social». Na verdade, a ideia de Paz Social, de tranquilidade absoluta nos anos 40 («enquanto a guerra aniquila a Europa») é conseguida através do uso articulado, sistemático e táctico da censura, que cortava tudo o que fosse potencialmente excitante. De crimes de sangue (nunca apareciam nos jornais), a combates nas costas portuguesas, passando por referências à falta de comida, a fomes, greves ou revoltas nada passava na imprensa. Tudo estava calmo.

Inclusive, em 1942, relatos de uma esquadrilha da RAF, com largas dezenas de aviões, sobrevoou a foz do Porto. Devem de ter sido vistos por milhares de pessoas. Existiu? Nunca. Combates aéreos nos céus portugueses? Nada. Pilotos abatidos ejectados e em fuga pelo Norte do país? Nunca visto. E pelo Sul? Nem sei o que foi…

É este o desígnio de um Governo? Fornecer uma mise-en-scene auto-legitimadora e justificativa que o perpetue?

Substitua «Portugal» por Madeira.

«Nenhum povo pode amar mais a Madeira que os Madeirenses, nem instituição ou Governo pode haver que melhor os defenda que o Governo da Madeira »

Ainda faz sentido? Diga-me você.

Fim-de-semana


Faz tempo que não escrevo alguma coisa com tempo (e os cartoons são óptimos para manter o blogue actual...), e ainda não vai ser agora. Esta altura, ao contrário do normal, é quando intensifico o trabalho. Há uma tese para escrever, e o tempo aperta.

Tenho, como entendem, acumulado várias ideias que queria desenvolver em posts futuros. A saber:

[1] Nestes últimos dias tenho viajado pelo país, visitando capital de distrito e investigando os seus Arquivos Distritais e Governos Civis. Recentemente foi Santarém, Leiria, Guarda, Viseu, Évora e Portalegre. Ainda falta Faro, Beja, Porto, Braga, Bragança e Viana do Castelo (pelo menos). Ossos do oficio.
[quero escrever sobre esta experiência…]

[2] A situação no México não melhora. Os 250000 votos de diferença (menos de 1%) entre Obrador (PRD) e Calderon (PAN) deram razão aos protestos do candidato da esquerda. Junto com diversas denúncias de fraude (o que é que é novo) foi considerada legitima a pretensão de recontagem dos votos. O problema é que somente 11 mil mesas eleitorais estão a ser recontadas. Representam cerca de 10%. A não existência de uma segunda volta implica que tudo se decida nesta fase. Para adicionar salero, a situação política mexicana encontra-se num explosivo 30/30/30. Estão marcadas várias manifestações (em especial em DF – Cidade do México), não sendo de esperar qualquer resultado pacífico.

[3] O Médio Oriente, que pede mais textos e análises. A visão cartoonista safa, mas não chega.

O que vale é que a política nacional anda a banhos. Honra seja feita ao CDS, tem mantido o verão divertido…

Bem, o que queriamos dizer era:
«Bom fim-de-semana». Falamos em breve.

(e ainda temos de anunciar algumas marcações na agenda 2006/2007 doCLDI…)

Fim da linha...


TAB, 4 Agosto

quinta-feira, agosto 10, 2006

segunda-feira, agosto 07, 2006

Dialogos


Steve Kelley_27 Julho

















Jonh Deering_26 Julho

Daryl Cage_2_Agosto

Pat Oliphant_4 Agosto
Aparentemente o senhor Gibson meteu-se novamente em sarilhos dos grandes. Não lhe bastava ser fundamentalista católico, multimilionário e com tendência para línguas mortas, tinha também de ser um alcoólico assumido, de cartão e cotas pagas.

Não entendo. Como é que alguém com as qualidades e oportunidades que Mel Gibson tem deita tudo a perder por conversar com a garrafa? Bem sei que o alcoolismo não é uma pêra doce, mas também sei que é superável. Afinal, para quem tanto admira o espírito de sacrifício de tantas personagens históricas (de Jesus aos Incas), não era de esperar que pudesse apreender alguma dessa força de vontade? Ou será por isso que continua numa quimera cinematográfica atrás desses mesmos exemplos (pelo que dizem o seu próximo filme é sobre sacrifícios colectivos feitos pelos Incas).

Enfim, não entendo. Que se cure…

[texto a propósito dos cartoons]

(ainda) A Guerra



Jeff Danziger_30 Julho











Ann Talnaes_31 Julho

Olha nós...


Para quem preferir o original, pode vê-lo aqui.
Eu estou com o Rui. Também queria votar no Alberto João...
[e, por falar nisso, onde a anda a sua oposição; isto é, na longínqua hipótese de ele sair – nunca derrotado – onde pode ser encontrado o seu substituto? que palavra terá o PS na altura? O que estão os socialistas a preparar para essa inevitabilidade?]
[Adenda]
O Rui, aqui, deixa bem explícito a aberração que Alberto João é. Nunca disse que votaria nele, nem eu quis deixar essa ideia no ar. (apesar do texto poder dar essa impressão). Não queria ofender nem ser ironico. Queria apenas perguntar onde anda o seu sucessor...

sexta-feira, agosto 04, 2006

Dos outros


Apesar do outro também ser muito bom, este é mesmo à medida.

Pelos temas - Tarrafal e Guerra Civil Espanhola

Pelos Oradores - Loff, Rosas, Hipólito, Trindade, Luís Farinha, João Madeira, António Reis.

Pela organização - IHC/UNL e IHC/FLUP

Pelos organizadores - Fernando Rosas e Manuel Loff (conhecam-no, é muito bom)

Pela descentralização - Lisboa & Porto. Não é normal, mas recomenda-se repetição.

A este vou mesmo (à parte alfacinha...)

Lido & Recomendado


& visto.

No Canhoto.

Por Filipe Nunes, “¿qué?”, debate a entrevista de Aznar à BBC. A não perder.

Da entrevista, duas palavras. O mais incrível é que o senhor pensa que não perdeu as eleições, chama mentiroso a Zapatero, só diz disparates sobre a ETA – ou E-T-A, como insiste em pronunciar, é uma provocação continua à inteligência colectiva de um povo. Logo agora que se reflecte sobre os 70 anos da Guerra Civil Espanhola… - ver próximo post

[ainda mais duas] Sinceramente, se o líder da direita portuguesa fosse assim, se a oposição possível desenvolver um comportamento como o PP espanhol das duas uma: ou temos PS para os próximos 20 anos ou Santana volta que estás perdoado. Antes incompetência que prepotência.
Por Paulo Pedroso, «Esclarecimentos políticos» sobre o affair Alegre. Subscrevo a límpida análise e considerações de alguém com basta experiência no tema.
António Vitorino e «Os Europeus e a Guerra», a juntar-se ao rol... [DN de 4 Agosto]
Vicente Jorge Silva reagindo à entrevista de Luís Amado ao Diga lá Excelência, «a diplomacia da ambiguidade» [DN de 2 de Agosto]. No dia seguinte, e numa boa intervenção do Luciano Amaral (são tão raras) em «O essencial», o novo MNE e a sua recente entrevista à RR, RTP2 e Público volta a estar em foque. Dos dois opinadores uma certeza: o Ministro saiu-se muito bem.

Dos outros


Europa, o paradoxo da diversidade

O Instituto de História Contemporanea tem nos habituado a bons encontros, optimos programas e excelentes organizações.




Estou certo que será mais uma, e, não fosse essa a minha casa, certamente lá estarei.



Clip

O Arre Macho postou isto hoje. (um abraço, Rocha,sempre granda som...)

Não comento nem os grafittis nem a situação na Moita (por puro desconhecimento).

Comento o vídeo. (Rui...)

Está bom, mas «Respeite o Emigrante»??? Que tal «Respeite o Outro?». Por ser emigrante tem direitos especiais além dos atribuídos à sua condição humana? Deve ter privilégios de quê? De ter casa à borla? Não concordo. Que trabalhe. Que tenha algum subsidio de integração? OK, mas temporário e articulado com o Centro de Emprego.

O que deve ter é os mesmos direitos de acesso que todos nos temos (ou devíamos). Acesso ao Trabalho, à Habitação, à Escola, etc. Admito que casos de refugiados possam ser diferentes, mas de resto, não discrimino. Em nada. Raça, tendência sexual, credo, clube de futebol, país de origem, género, origem social, orientação política, é tudo igual. Valemos, no colectivo, o que conseguirmos ser como indivíduos. E há boas pessoas em todas as categorias…
Respeite o Emigrante? Respeite o Outro.

Até Quando?

Até quando é que temos que andar a sustentar as manias ditatoriais, e a pagar-lhe por cima? Está no seu direito não querer dar a informação dos devedores da Madeira, e o governo tem de acatar essa decisão. Mas porque é que não se acaba com as contribuíções do Orçamento Geral para esta região? Uma vez que ela tem poder tributário, não deve de precisar do dinheiro do continente. É que se precisa do meu dinheiro, eu também quero votar nas eleições regionais!

Lealdade

É sempre bom ver como, num mundo como o de hoje, ainda se conseguem ver bonitos exemplos de lealdade na política, actividade sempre tão atacada pela falta de princípios dos intervenientes...

O Problema da Escolha

Prespectivas


Chip Bok_27 Julho














Chan Lowe_27 Julho

Tempo

Tenho tido muito pouco tempo para escrever.
[daí os cartoons...]

Hoje acabei o Arquivo Distrital de Leiria. Quem vem do Tombo…

Táctica «Katrina»:

Telefonar a preparar. Chegar. Atrasado porque te perdeste na cidade. Apresentar-te. Ligar a máquina. Varrer. Ligar o Turbo. Deixar os cacos para apanharem. 4 horas (e ainda li um artigo do Rui Ramos – fabuloso – à hora de almoço).

Amanhã Santarém.

quarta-feira, agosto 02, 2006

39


Confirmou-se o que aqui ontem deixei escrito. São, afinal, 39 pastas que faltam. Das 4 apontadas, 2 já tinha visto (Comissão Concelhia de Lisboa e Comissão Concelhia de Cinfães) enquanto as outras 2 nada valiam (Comissão Concelhia de Vila Real Santo António e Comissão Concelhia de Vila Pouca de Aguiar).

O Arquivo em causa é o da União Nacional, está depositado na Torre do Tombo, e interessa-me na medida em o que estudo são as eleições legislativas de 1942, ou, mais generalistamente, eleições no Estado Novo.

Já vi o Arquivo Histórico-Diplomático do MNE, o Arquivo Oliveira Salazar, o Arquivo do Ministério do Interior, o Arquivo do SPN/SNI, o Arquivo da Assembleia da República, o Arquivo da Presidência do Conselho de Ministros, o Arquivo da Legião Portuguesa, Arquivo da Mocidade Portuguesa, o Public Record Office (Londres), o Arquivo da PSP, o Arquivo da Cinemateca Portuguesa, o Arquivo Histórico e Social do ICS, o Arquivo do Governo Civil de Lisboa, o Arquivo do Arco do Cego (CML), o Arquivo pessoal do Albino dos Reis.

Vou ainda ver os Arquivos dos Governos Civis do Porto, de Braga (espero), de Faro, Évora, Leiria, Santarém e Vila Real. Os de Coimbra e de Aveiro arderam nos anos 40. Nos da Guarda e de Setúbal não há nada. Ainda não sei o que fazer a Castelo Branco, Portalegre, Bragança, Beja, Viana do Castelo e Viseu...
Já faltou mais...
[a imagem escolhida é o convite para assistir à tomada de posse do Presidente da República, General Carmona, na Assembleia Nacional - São Bento - em Abril de 1942. Carmona fora reeleito em Fevereiro de 1942. Era a sua segunda reeleição. seria-o ainda outra vez - 1947. Era o único candidato.]

Dúvida...

Temos visto (as tristes) notícias da frente Libanesa. E na frente Palestiniana, não se passa nada? Os Israelitas pararam os bombardeamentos?

Condi in Wonderland



Bob Gorrell_25 Julho












Steve Benson_27 Julho














Jeff Danziger_29 Julho.

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