Foi ontem apresentado o site da Fundação RES Publica. Não fui (ver acima), mas fui informado que correu bem. Sigo o projecto do RES Publica há algum tempo. Fui convidado a colaborar nele, convite que prontamente aceitei (publiquei inclusive no seu Fórum estas reflexões acerca dos Partidos Políticos Europeus).
Sei que a ideia do RES Publica é ambiciosa. Só podia ser. Na sua génese estão duas instituições (Fundação José Fontana e Antero de Quental) que desempenharam um importante papel na transição e consolidação democrática em Portugal, nomeadamente apoiando o PS nas frentes autárquicas e sindicais. A RES Publica procura não só honrar essa tradição como inaugurar em Portugal, de forma séria e consolidada, um modelo de ligação dos Partidos à Sociedade Civil e à Sociedade Académica que permita a boa construção de propostas e estudos em diversas áreas. Um think-tank sem tabus e assumido. Não esconde o que é nem o que quer ser. Tem como propósito apresentar estudos, propostas, reflexões sobre políticas públicas (e não só), promover acções de formação e outras iniciativas. Tem, na sua génese, a ideia do contributo esclarecido e prospectivo mas também pretende agitar mentes, provocar debates, explorar o que «existe fora da caixa». Esta é a minha leitura do que é e pode ser a RES Publica.
Da apreciação ao seu curto tempo de existência, parece-me que está no bom caminho. O site que ontem foi lançado reflecte qual o posicionamento que se pretende alcançar. Apostar em acções de formação, em debates, em polémicas (ver aqui o plano de actividades). Terá também um Fórum de debate, com o propósito de apresentar algumas reflexões críticas sobre temas diversos; um blogue, de acção mais directa; e ainda a revista Finisterra.
Percebi, pelo Tiago, que a referência que o blogue faz a Outubro de 1917 já causou polémica. Parece que o Carlos Vidal (do 5 dias) se impressionou com a referência à presença do Partido social-democrata no governo sueco em Outubro de 1917. Na leitura do Carlos, Outubro de 1917 deve pertencer, e só, à gloriosa revolução comunista; evento que por si só ofusca (ou deverá ofuscar) todo e qualquer outro acontecimento. Esquece o Carlos, ou quer esquecer, que a tradição do PS se revê mais, bem mais, no Outubro sueco que no Russo. Para nós, socialistas, bem mais importante é o caminho percorrido pela social-democracia que pelos comunismos, e é apenas esse o facto que procuramos relevar. Afinal, em Outubro de 1917 pela primeira vez um partido social-democrata entrou num governo nacional, facto pouco lembrado que – devo dizer – a Fundação RES Publica faz muito bem em lembrar. E sinceramente, não sei qual dos Outubros foi o mais revolucionário.
O Carlos tem razão num ponto, entretanto. Há por aí muitas bestas a necessitar de mais educação. E parece-me que há uma que está no bom caminho, não é Carlos?
(texto também publicado nos Canards Libertaires)
Sei que a ideia do RES Publica é ambiciosa. Só podia ser. Na sua génese estão duas instituições (Fundação José Fontana e Antero de Quental) que desempenharam um importante papel na transição e consolidação democrática em Portugal, nomeadamente apoiando o PS nas frentes autárquicas e sindicais. A RES Publica procura não só honrar essa tradição como inaugurar em Portugal, de forma séria e consolidada, um modelo de ligação dos Partidos à Sociedade Civil e à Sociedade Académica que permita a boa construção de propostas e estudos em diversas áreas. Um think-tank sem tabus e assumido. Não esconde o que é nem o que quer ser. Tem como propósito apresentar estudos, propostas, reflexões sobre políticas públicas (e não só), promover acções de formação e outras iniciativas. Tem, na sua génese, a ideia do contributo esclarecido e prospectivo mas também pretende agitar mentes, provocar debates, explorar o que «existe fora da caixa». Esta é a minha leitura do que é e pode ser a RES Publica.
Da apreciação ao seu curto tempo de existência, parece-me que está no bom caminho. O site que ontem foi lançado reflecte qual o posicionamento que se pretende alcançar. Apostar em acções de formação, em debates, em polémicas (ver aqui o plano de actividades). Terá também um Fórum de debate, com o propósito de apresentar algumas reflexões críticas sobre temas diversos; um blogue, de acção mais directa; e ainda a revista Finisterra.
Percebi, pelo Tiago, que a referência que o blogue faz a Outubro de 1917 já causou polémica. Parece que o Carlos Vidal (do 5 dias) se impressionou com a referência à presença do Partido social-democrata no governo sueco em Outubro de 1917. Na leitura do Carlos, Outubro de 1917 deve pertencer, e só, à gloriosa revolução comunista; evento que por si só ofusca (ou deverá ofuscar) todo e qualquer outro acontecimento. Esquece o Carlos, ou quer esquecer, que a tradição do PS se revê mais, bem mais, no Outubro sueco que no Russo. Para nós, socialistas, bem mais importante é o caminho percorrido pela social-democracia que pelos comunismos, e é apenas esse o facto que procuramos relevar. Afinal, em Outubro de 1917 pela primeira vez um partido social-democrata entrou num governo nacional, facto pouco lembrado que – devo dizer – a Fundação RES Publica faz muito bem em lembrar. E sinceramente, não sei qual dos Outubros foi o mais revolucionário.
O Carlos tem razão num ponto, entretanto. Há por aí muitas bestas a necessitar de mais educação. E parece-me que há uma que está no bom caminho, não é Carlos?
(texto também publicado nos Canards Libertaires)
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