sexta-feira, maio 04, 2007

Testes...


PS testa as hipóteses de Ferro e João Soares
José Sócrates solicitou à empresa de estudos de opinião do socialista Rui Oliveira e Costa uma sondagem interna em que os nomes de Ferro Rodrigues e João Soares foram testados como potenciais candidatos à liderança da Câmara da Lisboa. O ex-líder socialista - que no resultado preliminar terá, garantem fontes do partido, bons resultados - não foi, porém, informado oficialmente da sondagem interna em curso, nem o ex-presidente da autarquia lisboeta.

O JN sabe que o secretário-geral do PS pediu para o resultado final lhe ser comunicado apenas a ele, sem fugas para a Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) presidida por Joaquim Raposo, ou para a concelhia de Lisboa, que é liderada por Miguel Coelho.

Ferro Rodrigues, representante de Portugal junto da OCDE, em Paris, esteve anteontem, por coincidência, na residência oficial do primeiro-ministro, a acompanhar o secretário-geral da OCDE. E reuniu-se depois a sós, durante alguns minutos, com Sócrates. Se há dois meses Ferro Rodrigues disse estar satisfeito com a sua missão na capital francesa, também é verdade que tem recebido "muitas pressões no sentido de aceitar" candidatar-se à presidência da autarquia, disse ao JN um seu próximo.

Tanto Ferro como João Soares podem encabeçar uma coligação de Esquerda com o PCP e o BE, mas Soares conta com a oposição do líder da concelhia lisboeta, Miguel Coelho. A seu favor, porém, joga a manifestação reiterada de disponibilidade para avançar.

Costa contra Seguro

Se Ferro recusar e Soares não reunir a preferência dos inquiridos - que estão a ser sondados via telefone -, a alternativa pode ainda recair em Ana Paula Vitorino. É mais um nome na longa lista ontem discutida em círculos socialistas, que tem contra si a escassa notoriedade pública da actual secretária de Estado dos Transportes.

Não esquecido continua o nome de António José Seguro. Em silêncio há semanas, o deputado tem, segundo apurou o JN, a oposição do "número dois" do Governo. Há mesmo quem garanta que António Costa terá já admitido movimentar-se para ser o candidato do PS, caso a escolha recaia sobre Seguro.

Claro que o cenário tem o senão de provocar alterações indesejadas dentro do Governo. Sócrates não quer perder o seu ministro de Estado, nem proceder a uma remodelação do Executivo na véspera de Portugal assumir a presidência da União Europeia, o que ocorrerá a 1 de Julho. Há, claro, o reverso da medalha António Costa pode ter mais hipóteses de conquistar a Câmara do que Seguro, que até há poucos meses era apontado como candidato a líder numa era pós-Sócrates.

Certo é que os socialistas querem tomar uma decisão rapidamente. Logo na noite de anteontem, um dirigente do partido garantia à agência Lusa que tudo estaria decidido no prazo máximo de dez dias.

Alexandra Marques e David Dinis – “Jornal de Notícias” (04.05.2007)

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