terça-feira, dezembro 19, 2006

O meu Sim


Vamos, na medida do possível, procurar pela blogosfera «declarações de voto» pelo Sim.

A primeira é a do Daniel Oliveira (via Arrastão). As respostas já lá estavam. As perguntas também.

Ele vê o problema assim:

As fronteiras do debate
«Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?».É esta a pergunta que vai a referendo. Não é outra. Por isso, vale a pena começar por discutir as balizas do debate que vamos fazer nos próximos dois meses. O que está em debate e o que não está em debate.São feitas quatro perguntas nesta pergunta:
1. Se concorda com a despenalização do aborto;
2. Se ele deve ser feito por opção da mulher;
3. Se a despenalização deve ser até às 10 semanas
4. Se deve acontecer em estabelecimento de saúde legalmente autorizado.As respostas a cada uma destas questões podem ir em sentidos diferentes. No fim, pesando cada uma delas, cada um decidirá o seu voto.O que não está na pergunta e que, na minha opinião, não determina o voto:
5. Quando começa a vida humana?
6. Qual a sua posição sobre o aborto?
7. A mulher é dona do seu corpo?
8. Concorda com este referendo?Neste texto longo, que eu me exijo a mim próprio, vou a cada um destes oito pontos.

Concordo na totalidade com a apreciação genérica, como já dai a entender aqui. Parece-me que é sobre as quatro primeiras questões que o debate se deve desenrolar (e sobre as mesmas devem ser esgrimidos argumentos). Já me parece supérfluo o que o Daniel desenvolve na segunda parte da sua (auto) intervenção. Parece-me intelectualmente interessante que ele se tenha dado ao trabalho de quer procurar essas questões quer, depois, em respondê-las. A mim, apesar de me parecerem de algum interesse, julgo-as extra debate, de difícil consenso e de desgaste rápido. Respondê-las é dar votos ao Não, porque nos distrai do que realmente interessa (as quatro primeiras questões), porque nos desvia do que votamos, porque nos permite discutir o que não pode ter posição legal (quando começa a vida, por exemplo, é uma interrogação quasi filosófica, nada prática para discutir quando se procurar fazer Lei).

Ver texto do Daniel Oliveira na integra aqui.

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