quinta-feira, dezembro 28, 2006

Estado da Arte


Já começou?...
[o cartaz está muito bom, não está?...]

Report do Diário de Notícias de 28 de Dezembro, assinado por Joana Pereira.

O movimento Jovens Pelo Sim lança, na primeira semana de Janeiro, uma série de outdoors que, alternando entre "um tom acusatório e uma mensagem mais positiva", pretendem sensibilizar os eleitores para o "sim" à despenalização do aborto. Mas para o mandatário José Guilherme Gusmão, "nesta época em que todo o País está em festa, pouco mais podemos fazer do que tratar dos aspectos da nossa formalização na Comissão Nacional de Eleições, que ocorrerá nos primeiros dias de Janeiro". No entanto, o movimento cívico tem já agendadas sessões de esclarecimento sobre as temáticas do aborto clandestino e a gravidez indesejada na adolescência.
A tónica dada aos debates e ao grafismo dos outdoors é, contudo, comum a todos os movimentos cívicos. O Movimento Cidadania e Responsabilidade pelo Sim prepara o lançamento de uma colectânea de textos sobre o aborto da autoria de alguns dos mandatários, como a escritora Lídia Jorge e os jornalistas Fernando Dacosta e Paula Moura Pinheiro. Serão também leiloadas obras de alguns dos artistas que integram a lista de adesões, como Paula Rego e João Cutileiro. Segundo a mandatária Manuela Tavares, "a imagem gráfica do movimento já está a ser tratada e, inclusivamente, já temos um spot televisivo para os Tempos de Antena".
Os debates e a "proximidade com o público" são as acções privilegiadas pelo Em Movimento Pelo Sim. "Como os outdoors e os spots têm preços exorbitantes, temos de programar tudo com ponderação", afirmou Natacha Amaro. Por ora, o grupo aposta numa "campanha descentralizada" e numa série de debates que colocarão áreas como a juventude, a justiça e a saúde "em movimento pelo 'sim'". O grupo procurará sensibilizar os eleitores para o "sim" ao aborto recorrendo a episódios de "perseguição de mulheres", nomeadamente o caso de três mulheres condenadas por aborto e com pena suspensa, julgadas em Aveiro.
Igual estratégia foi adoptada pelo Movimento Voto Sim, que reúne quase uma centena de deputados do PSD, PS e BE. "Dadas as características dos nossos mandatários, queremos promover um debate alargado que ultrapasse fronteiras partidárias", referiu ao DN a mandatária e deputada bloquista Helena Pinto.
Já os Médicos Pela Escolha, que apelam ao "sim" no referendo, além do encontro nacional de mandatários a ter lugar no próximo mês, no Porto, têm "equipas de criativos a tratar dos outdoors e de todo o grafismo", disse o médico Vasco Freire.
Pelo lado do "não" ao aborto, a Plataforma Não Obrigada está empenhada em dotar a sua campanha de "dados científicos", procurando utilizar uma "linguagem moderada e esclarecedora", nas palavras de Nuno Vieira. Na senda dos outdoors que já se encontram espalhados pelas ruas, a plataforma conta ainda lançar "pelo menos mais dois". Também o grupo cívico Aborto a Pedido? Não Obrigada!, com sede em Coimbra, tem mostrado "uma dinâmica enorme", afirmou a mandatária e deputada independente pelo PS, Matilde Sousa Franco. Os cartazes alusivos ao "não" ao aborto e os panfletos volantes são "as nossas principais missões", garantiu.

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