Morreu o século XX português!
Após as recentes perdas de três vultos da História Contemporânea portuguesa (um epifenonomo, Vasco Gonçalves; um poeta intemporal, Eugénio de Andrade; e um combatente legendário, Álvaro Cunhal), eis que morre quem, para todos os outros, era, há muito, a cronologia viva do século XX português. Deixa-nos aos 105 anos.
Para entendermos a importância e a vida de Emídio Guerreiro, basta termos a noção que ele não só tem lembranças, de miúdo, da queda da Monarquia, como participou activamente no chamado «reviralho» (nos anos 20), foi exilado, combatente na Guerra Civil Espanhola (do lado republicano, obvio), resistente antifascista e, já com 70 anos, fundador do PPD (em 1974), deputado à constituinte e líder do PPD (por doença de Sá Carneiro no Inverno de 1974).
Uma arvore, daquelas que se assumem como manual de historia viva. Uma sapiência que se perde, que transforma o presente mais pobre, que escurece o panorama cultural e político de um país.
Uma qualquer imposição do destino parece ter aparecido. As fatias de História recentemente desaparecidas tornam o bolo da modernidade mais visível, escasso e estranho. Já cá não estão? Mas ainda cá estavam? Confundem-se as memórias. Afunda-se o passado. Projecta-se o futuro. Esquece-se o presente.
Está a mudar, a estação. Morre, desdenhando aos poucos, o nosso século XX. Já nos habituámos a ler nos compêndios. Esquecemos os que ainda por cá estão.
Adeus homem bom. Que pena tive de não te ter conhecido (e até tinha planeado entrevistar-te…).
Agora escrevam, leiam, estudem.
Já poucos existem que nos contem histórias. Que os lembrem.
Vemo-nos em breve Emídio.
Após as recentes perdas de três vultos da História Contemporânea portuguesa (um epifenonomo, Vasco Gonçalves; um poeta intemporal, Eugénio de Andrade; e um combatente legendário, Álvaro Cunhal), eis que morre quem, para todos os outros, era, há muito, a cronologia viva do século XX português. Deixa-nos aos 105 anos.
Para entendermos a importância e a vida de Emídio Guerreiro, basta termos a noção que ele não só tem lembranças, de miúdo, da queda da Monarquia, como participou activamente no chamado «reviralho» (nos anos 20), foi exilado, combatente na Guerra Civil Espanhola (do lado republicano, obvio), resistente antifascista e, já com 70 anos, fundador do PPD (em 1974), deputado à constituinte e líder do PPD (por doença de Sá Carneiro no Inverno de 1974).
Uma arvore, daquelas que se assumem como manual de historia viva. Uma sapiência que se perde, que transforma o presente mais pobre, que escurece o panorama cultural e político de um país.
Uma qualquer imposição do destino parece ter aparecido. As fatias de História recentemente desaparecidas tornam o bolo da modernidade mais visível, escasso e estranho. Já cá não estão? Mas ainda cá estavam? Confundem-se as memórias. Afunda-se o passado. Projecta-se o futuro. Esquece-se o presente.
Está a mudar, a estação. Morre, desdenhando aos poucos, o nosso século XX. Já nos habituámos a ler nos compêndios. Esquecemos os que ainda por cá estão.
Adeus homem bom. Que pena tive de não te ter conhecido (e até tinha planeado entrevistar-te…).
Agora escrevam, leiam, estudem.
Já poucos existem que nos contem histórias. Que os lembrem.
Vemo-nos em breve Emídio.
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