«A minha posição é a de um "federalista de esquerda". Portanto, tudo o que concorre para reforçar a integração política da União Europeia, isto é, tudo o que concorre, mesmo que só gradual e parcialmente, para o federalismo europeu, sou a favor.»
Manuel Villaverde Cabral- Sociólogo in http://bde.weblog.com.pt/arquivo/111204
«Façamos um debate não sobre quem está mais a favor da Europa, mas sim de que tipo da Europa.»
Tony Blair- Primeiro-Ministro do Reino Unido
O problema reside no tipo de Europa que Tony Blair quer impingir a todos os outros países. Não tenhamos ilusões. Blair quer impor a sua visão neo-liberal e destruir o modelo social europeu, que ele considera como o principal obstáculo a uma Europa mais competitiva e económicamente mais forte.
E tem razão.
Porque o neo-liberalismo é sem dúvida uma doutrina capaz de produzir grande crescimento económico e competitividade, como todas as variantes do capitalismo selvagem. Quando o próprio Reino Unido teve a sua Revolução Industrial (sécs XVII/XVIII), conheceu níveis até então inimagináveis de crescimento económico e de prosperidade.
À custa de inigualável exploração das classes desfavorecidas.
Hoje, é comum todos os partidos de centro-esquerda negarem as suas raizes marxistas e esquecerem os principios keneysianos. O PS não é excepção. Obscurecemos a grande importância de Marx para a definição do último resultado do capitalismo sem regras: um cada vez maior abismo entre ricos e pobres, e sobretudo a uma cada maior concentração de riqueza e poder nas elites económicas.
Keynes demonstrou que era com o papel interventor do Estado na economia e na sociedade que se poderia contrariar esta tendência. Os Estados-Previdência em geral, e o Modelo Social Europeu em particular, são baseados no conceito que cabe ao Estado garantir a igualdade de oportunidades no campo económico e social para todas as pessoas, baseado em serviços públicos de qualidade, que permitam que não seja a descriminação em termos de riqueza que resulte em que, por exemplo, apenas os ricos sejam educados ou tenham saúde.
Porque a "mão invisível" de Adam Smith destroi facilmente todos aqueles que não possuam vantagens competitivas, e aqueles que não tem os recursos económicos para virem de escolas caríssimas, que não possuam médicos privados e não tenham fundos de investimento para reforma.
Apenas um Estado forte com serviços públicos de qualidade pode assegurar que pessoas que provenham de famílias de baixos recursos possam competir, não em pé de igualdade, mas com hipótese de sobreviver, com aqueles que nasceram em famílias de grandes recursos.
Como Federalista de Esquerda lutarei para criar um Estado Europeu que promova um sistema de educação, saúde e segurança social europeu, que permita fazer frente à globalização (um dos maiores erros da história da humanidade), e que permita reduzir o fosso entre ricos e pobres.
Como Federalista de Esquerda lutarei para impedir a criação a nível europeu do modelo neo-liberal, e para impedir a cada vez maior exploração das classes desfavorecidas.
Em suma, lutarei para que Blair falhe redondamente.
And the dreamers? Ah, the dreamers! They were and they are the true realists, we owe them the best ideas and the foundations of modern Europe(...). The first President of that Commission, Walter Hallstein, a German, said: "The abolition of the nation is the European idea!" - a phrase that dare today's President of the Commission, nor the current German Chancellor would speak out. And yet: this is the truth. Ulrike Guérot & Robert Menasse
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