quarta-feira, julho 28, 2010

E os políticos é que são demagogos

O Bispo auxiliar de Lisboa, D. Carlos Azevedo, pediu aos políticos cristãos que abdicassem de 20% dos seus rendimentos para um fundo social, sem explicar que iria gerir esse fundo, a Igreja?



Tamanha demagogia nunca vi da boca de um homem do clero (e os nossos padres até têm um historial bastante infeliz em declarações públicas).



Mas se queremos ser mais demagógicos, porquê não pedir que todas as igrejas abdiquem...



... dos benefícios fiscais em Portugal (IVA e IRS) e que aumentaram quase 70%, tendo totalizado 90 milhões de euros no final de 2008. Ainda não se conhecem as últimas contas, contudo, presume-se que os benefícios terão aumentado já que, após a entrada em vigor da Lei nº 91/2009, de 31 de Agosto, as igrejas passaram a poder cumular a solicitação da restituição do IVA com a possibilidade de ficarem com donativos de contribuintes particulares, desde que devidamente assinalados no IRS (o regime anterior obrigava à alternativa entre um benefício e o outro).



Como se vê, a Igreja tem à sua disposição uma generosa plêiade de vantagens fiscais que a privilegiam. A tudo isto acrescem donativos financeiros numa média superior a mil milhões de euros por ano do Orçamento do Estado a título de transferências financeiras (acordos de cooperação) com o fito de a auxiliar na sua missão social.



Que tal transferirem 20% destas maquias para um fundo social a ser gerido pelo Estado?



Afinal, tal como parecem fazer querer dos políticos cristãos, 80% dos seus rendimentos (antes de impostos) devem ser suficiente para as suas necessidades...



(com a devida vénia a Carlos Abreu Amorim).

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