Sabemos quando estamos a caminhar para a idade da experiência quando começamos as frases por qualquer coisa como "Eu sou do tempo em que..."
Pois... Eu sou do tempo em que no PS havia discussão política. Também passei pelo tempo em que o PS seguia o seu líder sem qualquer tipo de discussão, tempos esses normalmente associados a períodos no poder.
Agora abriu-se um novo ciclo. Neste novo ciclo existe um período para discussão política, existe um período para decisões dos órgãos competentes e, soube-se agora, existe um periodo para continuar a discussão e a divisão após a decisão dos órgãos competentes.
Escrevo isto no seguimento da capa do jornal Expresso, hoje, em que António José Seguro informa que queria votar a favor do Orçamento de Estado 2012. Sou, porventura, daqueles que balançava entre a abstenção e o voto contra. Achei, inclusive, que a abstenção na votação na generalidade abriria espaço para a apresentação de propostas para minorar o fortíssimo ataque à classe média com especial incidência nos funcionários públicos e pensionistas. Também fui da opinião, como disse anteriormente, que há coisas mais graves e mais penalizadoras para a sociedade portuguesa no orçamento de estado do que este corte. Nunca, em tempo algum, ponderei a hipótese de votar favoravelmente após a tristemente histórica declaração ao país de Pedro Passos Coelho.
O que eu nunca esperei é que o meu Secretário Geral, o Secretário Geral que eu apoiei e que já vinha a apoiar à algum (bom) tempo - que me fez inclusive não aceitar ir ao último congresso que elegeu José Sócrates - viesse, depois de um período de discussão interna longo (que permitiu até aos comentadores de direita tentarem desviar atenções falando da liderança do PS sem ligarem a uma das maiores promessas de António José Seguro que foi discutir internamente os pontos principais da política portuguesa) ser ele próprio, o Secretário Geral, a lançar mais controvérsia.
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