Foi um debate morno, entre opositores de campeonatos diferentes. Ambos jogavam para a manutenção dos seus eleitorados, entrando pouco em confronto (foi, aliás confrangedor assistir aos elogios de parte a parte em relação ao bom trabalho de ambos…).
No geral Portas esteve melhor. Procurou tirar proveito do protagonismo do caso- BPN (que levou o Nuno Melo a Bruxelas) – e onde aproveitou para atacar Constâncio -; e vender um pacote económico próximo do do PSD (ataque aos escalões do IRS e promessa de menos IRC). Ainda nas questões económicas, destaque para o alerta de Portas acerca do mau exemplo que o Estado dá a sector económico, por ser mau pagador (devia pagar juros quando se atrasa nos seus pagamentos).
Já Jerónimo saiu pouco das apreciações Macro-económicas e do discurso comunista, proferindo frequentes ataques aos grandes grupos económicos, ao «Grande Capital», etc. Ainda procurou apregoar uma nova politica económica é necessário uma nova política fiscal. Não disse foi quais… Apostou na questão da redistribuição da riqueza, velho cliché comunista. Jerónimo esteve bem no contra-ataque que proferiu na área da saúde quando referiu que os privados ficaram com o filet mignon da área da saúde, fugindo às áreas de maior «desgaste médico» e de pouca rentabilidade e apostando nas práticas de saúde mais rentáveis.
O debate teve alguma picardia na questão das nacionalizações. Aí Portas esteve melhor, defendendo a economia de mercado com o exemplo da competitividade do sector das operadoras móveis (que fez que, nos últimos anos, os preços das chamadas de telemóvel, dos SMS’s e outros produtos, baixassem o preço final para os consumidores). Já Jerónimo não conseguiu responder de forma eficaz.
Ambos estiveram bem no ataque ao Ministro da Agricultura, área onde aliás se elogiaram mutuamente (Portas disse mesmo que só o CDS e o PCP se preocupavam com a Agricultura). Aqui os piropos foram tantos que quase se esperava um abraço fraternal entre ambos os protagonistas, esquecendo-se que um deles defendia o Agricultor e o outro o Proprietário. Coisa sem importância quando a intenção de ambos era atacar o inimigo comum.
No fundo até foi um bom debate, sem esquemas ou subterfúgios, fluido e esclarecedor entre um comunista e uma melange de conservador, às vezes liberal, populista e com uma pitada democrata-cristão. Isto também foi possível por não partilharem eleitorado, o que diminuiu o interesse do confronto. A Diferença de estilos e de escola foi notória, Jerónimo colectivista utilizando a terceira pessoa («nós pensamos») e Portas individualista («eu penso»). Nas contas finais, no confronto directo, Portas foi mais forte. Procurou não só segurar o seu eleitorado como entrar no PSD; enquanto Jerónimo apenas procurou segurar o que já tem. Uma última nota para referir que – ao contrário do debate Louçã x Manuela Ferreira Leite – José Sócrates e o PS não foram o terceiro elemento do debate, com excepção do tema da Agricultura.
[em Stereo na Sábado, no Eleições 2009 e nos Canards Libertaires]
No geral Portas esteve melhor. Procurou tirar proveito do protagonismo do caso- BPN (que levou o Nuno Melo a Bruxelas) – e onde aproveitou para atacar Constâncio -; e vender um pacote económico próximo do do PSD (ataque aos escalões do IRS e promessa de menos IRC). Ainda nas questões económicas, destaque para o alerta de Portas acerca do mau exemplo que o Estado dá a sector económico, por ser mau pagador (devia pagar juros quando se atrasa nos seus pagamentos).
Já Jerónimo saiu pouco das apreciações Macro-económicas e do discurso comunista, proferindo frequentes ataques aos grandes grupos económicos, ao «Grande Capital», etc. Ainda procurou apregoar uma nova politica económica é necessário uma nova política fiscal. Não disse foi quais… Apostou na questão da redistribuição da riqueza, velho cliché comunista. Jerónimo esteve bem no contra-ataque que proferiu na área da saúde quando referiu que os privados ficaram com o filet mignon da área da saúde, fugindo às áreas de maior «desgaste médico» e de pouca rentabilidade e apostando nas práticas de saúde mais rentáveis.
O debate teve alguma picardia na questão das nacionalizações. Aí Portas esteve melhor, defendendo a economia de mercado com o exemplo da competitividade do sector das operadoras móveis (que fez que, nos últimos anos, os preços das chamadas de telemóvel, dos SMS’s e outros produtos, baixassem o preço final para os consumidores). Já Jerónimo não conseguiu responder de forma eficaz.
Ambos estiveram bem no ataque ao Ministro da Agricultura, área onde aliás se elogiaram mutuamente (Portas disse mesmo que só o CDS e o PCP se preocupavam com a Agricultura). Aqui os piropos foram tantos que quase se esperava um abraço fraternal entre ambos os protagonistas, esquecendo-se que um deles defendia o Agricultor e o outro o Proprietário. Coisa sem importância quando a intenção de ambos era atacar o inimigo comum.
No fundo até foi um bom debate, sem esquemas ou subterfúgios, fluido e esclarecedor entre um comunista e uma melange de conservador, às vezes liberal, populista e com uma pitada democrata-cristão. Isto também foi possível por não partilharem eleitorado, o que diminuiu o interesse do confronto. A Diferença de estilos e de escola foi notória, Jerónimo colectivista utilizando a terceira pessoa («nós pensamos») e Portas individualista («eu penso»). Nas contas finais, no confronto directo, Portas foi mais forte. Procurou não só segurar o seu eleitorado como entrar no PSD; enquanto Jerónimo apenas procurou segurar o que já tem. Uma última nota para referir que – ao contrário do debate Louçã x Manuela Ferreira Leite – José Sócrates e o PS não foram o terceiro elemento do debate, com excepção do tema da Agricultura.
[em Stereo na Sábado, no Eleições 2009 e nos Canards Libertaires]
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