A Esquerda Net publicou uma adaptação do famoso anúncio da Antena 1 que pôs a blogosfera lusa em polvorosa, e que originou um debate no Twitter e nos blogues, a vários níveis surreal. E digo isto, apesar de ter enorme apreço pelas várias pessoas que nele intervieram. Faço a ressalva, óbvia, de que todos têm direito à sua opinião. Mas algumas opiniões expressas fazem algumas associações que, a meu ver, deturpam o debate.
Tudo parece começar com este post de Vasco Campilho no 31 da Armada, em que se pergunta o que o Bloco de Esquerda tem contra os trabalhadores eslovacos, visto que o facto duma empresa portuguesa ter sido deslocalizada para a Eslováquia é transformada num apelo à manifestação do 1º de Maio.
Em resposta, Carlos Santos publica o seguinte post:
Como eu tinha dito no início, toda a gente tem direito à sua opinião e a exprimi-la como quiser. Discordo na interpretação que Carlos Santos faz deste post de Vasco Campilho. Mas isso é uma questão de opinião, e faz parte do debate político acalorado. Se bem que isso facilmente se transforma numa conversa de "surdos"...
O meu problema particular é com uma associação que Carlos Santos faz neste post (e que repete noutro), que acho que não deve fazer parte dum debate que se quer lúcido e inteligente. É a associação entre a militância partidária de Vasco Campilho, as opiniões que ele exprime e as opiniões do seu partido. Não se devem confundir as opiniões dum militante, que é uma pessoa individual que pensa pela sua própria cabeça e que tem as suas próprias opiniões, com um partido, em que só os seus órgãos nacionais possuem a legitimidade para falar pelo próprio.
Eu sou militante do PS. Isso é público. Agradecia que não confundissem as minhas opiniões com as opiniões do próprio PS, como agradecia que não pensassem que eu apoio incondicionalmente tudo o que é decidido no Largo do Rato.
Eu sou uma pessoa livre. Que pensa pela própria cabeça. E sei que Vasco Campilho, Carlos Santos, e já agora Afonso Azevedo Neves, também o são.
[e Carlos, o Afonso Azevedo Neves (31 da Armada; A Grande Alface) não é o André Azevedo Alves (O Insurgente).
Diogo Moreira
3 comentários:
Diogo,
Agrdeço a tua observação. Não deixei de estranhar foi que em simultâneo, no Cachimbo de Magritte e no 31 de Armada surgissem as mesmas críticas ao anúncio do bloco.
Pareceu-me algo concertado, no sentido em que nem eu, e muito menos tu, somos ingénuos ao ponto de desconhecer os alinhamentos da maior parte dos ex-atlânticos desses dois blogues.
Por isso me pareceu concertado. Embora respeite completamente a tua opinião, como qualquer uma. A do Vasco surpreendeu muita gente que foi ao 31 dizer isso mesmo. Alguns do bloco, outros, como eu, sem qualquer filiação.
Em todo o caso, queria esclarecer que ele sei que ele não é o André Azevedo Alves. Não disparo contra tudo o que mexe e se chama Alves:)
Abraço,
Carlos
Diogo, honestamente, lendo isto http://tinyurl.com/c7uf7f
onde achas que está a falácia do meu argumento? Eu não estou a seguir cartilhas porque nem sou filiado em partidos. Mas há coisas que não entendo. Como o texto original do Cachimbo que gerou esse.
Abr
Carlos
Carlos,
O cerne do meu post é muito simples. Acho que não se deve partir de opiniões expressas por militantes partidários para fazer inferências públicas sobre a opinião dos seus partidos.
As minhas opiniões são minhas, não são do PS. E as opiniões do Vasco e do Afonso são deles.
Inferir dos posts deles, a opinião do partido acho que não se deve fazer.
Abraço,
Diogo
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