domingo, janeiro 23, 2011

Presidenciais 2011 (8)


Manuel Alegre termina hoje a sua vida política. Com uma derrota confrangedora. Podia ter sido diferente, mas isso obrigaria a que Manuel Alegre tivesse outra personalidade. Mas como tem a personalidade que tem, teve que usar o famoso "milhão de votos" para chantagear o partido a que pertencia. Essa vaidade, usando os mesmos no PS como isso lhe desse uma qualquer legitimidade presidencial, serviu-lhe para desmobilizar um partido, um eleitorado, uma máquina partidária. E isso, numa altura de eleições cada vez mais profissionais, paga-se caro. Muito caro.

Que a derrota de Alegre sirva de lição para o futuro. Mais que assumir as críticas, o tom e o nível das mesmas têm consequências. Há certos níveis de crítica que obrigam a acções. Alegre sempre procurou o melhor dos dois mundos. A independência e a militância. Os eleitores não lhe perdoaram essa incoerência. Alguns dos militantes do PS muito menos.

Parece-me prematuro extrair desta votação que PS e BE não possam estar do mesmo lado da barricada. Assumir isso nesta votação tem o mesmo valor que assumir o contrário, que o PS e o BE poderiam ser parceiros naturais após a votação do referendo para a Interrupção Voluntária da Gravidez. Mas lança dados que não devem ser desprezados.

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