Mostrar mensagens com a etiqueta Faixa de Gaza. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Faixa de Gaza. Mostrar todas as mensagens

domingo, janeiro 11, 2009

Nós somos todos palestinianos.

Este foi, assim julgo, um grito que por toda a Europa se ouviu hoje. Sei que em Londres o gritaram, e em Madrid também. Do resto nada sei. Imagino que, pelo menos, Paris, Berlim e Roma terão feito algo e, segundo me pareceu ver em alguns blogues, Lisboa também ia organizar alguma coisa. Bom, mas não estou aqui para vos falar dessas iniciativas. Estou para vos falar do que aconteceu hoje em Bruxelas, onde foram largas as dezenas de milhares de vozes que em vários tons pediam a mesma coisa: o fim da invasão de Israel à Palestina, a Gaza.
Bom, é verdade que não tenho muita experiência em manifs na Bélgica, mas das que já fui esta foi, de longe, a maior. Anspach estava cheia (uma das principais avenidas no centro de Bruxelas). Mesmo cheia. Muito cheia. Quase 3 horas de manif (ou seja, se ficasse parado num lugar, a manifestação demoraria três horas a passar pelo mesmo), o que em qualquer barómetro é um bom número.
Claro que dentro desta mole humana coabitavam muitas tendências, muitas diversidades, muitas mensagens. Eu estava à espera de muita violência, de muito ódio, de raiva; e, se bem que eram muitas as fotografias dos massacres, dos mártires, de bebés mortos, também reparei que havia muito espaço para a Paz e para a reconciliação.
Gostei de ver muita gente diversa e dispersa. Europeus e ocidentais. Mulheres muçulmanas, Judeus. Vi poucos políticos – o que prova que estes tipos de movimentos sociais operam-se fora dos sistemas partidários – mas muitas ONG’s. Vi também muitos miúdos e miúdas, criançada que repetia com facilidade os slogans mais apelativos. Vi ainda uma postura policial à distância. Não se via um único polícia no percurso da manif, talvez temendo algum confronto (e se calhar com razão). A verdade é que a cabia à organização a boa conduta da marcha e, do que me apercebi, todo correu de forma ordeira e correcta. A polícia, descobri mais tarde, colocara o seu aparato nas artérias circundantes, além de dispor de um helicóptero, que regularmente sobrevoava a Anspach (onde era sempre recebido por um coro afinado de fortes assobiadelas).
Que não se pense, no entanto, que tudo eram rosas e pombas. Nada disso. Bruxelas tem uma fortíssima comunidade muçulmana, e ela saiu massivamente à rua – marroquinos, egípcios, turcos, palestinianos, sírios, líbios, libaneses, iraquianos, iranianos, etc, gentes de todo o mundo árabe (e não só) num espírito de comunhão muito forte e contagiante - o que deu à manifestação um ar real, contrariamente do que vemos, por exemplo, em Lisboa, onde quem se reúne nestas causas são brancos ocidentais mais ou menos politizados e identificados com o tema. Não, nesse sentido, e as fotografias provam-no, esta manif foi bem real.
Tão real que vimos manequins com cintos de bombas, grupos de jovens paramilitarizados, caixões e toda a histeria colectiva que vemos nas reportagens de Gaza, ou de qualquer cidade palestiniana. Assim, junto da «tranquilidade», coabitava a agressividade de muitos, especialmente nos jovens rapazes adolescentes (e, curiosamente, em algumas jovens mulheres. Vimos os tradicionais gritos de ódio, caixões que simulavam o infanticídio (ver foto), bandeiras de Israel a arder, slogans de apoio ao Hezzbolah e ao Hamass, e raiva. Muita raiva.
Por fim deixo-vos um par de fotografias e alguns dos slogans da tarde, gritados por homens e mulheres de diversas cores, credos e tendências políticas. Gostava de saber o que se passou por essa Europa fora (o Euronews nada dizia) e ver reportagens de Lisboa. O problema é que estas iniciativas ainda têm pouco peso no processo de decisão política, pelo que temo que nada de prático saia do dia de hoje. Até quando? Até quando irão os líderes políticos esquivarem-se destas formas de participação política? O que falta? Convidá-los? Envolvê-los? Até agora o que se sente é que, mesmo nestas avenidas de protesto e de palavras de ordem, por detrás de qualquer janela fechada nada se ouve. E nada se faz. (tema para outro post?)
Nous sommes tous… des palestiniens
Resistance… jusqu’à l’Independence
Une seule solution… arrêté l’occupation
Israël… Assassins
Libéré la Palestine… terminé l’occupation
[também publicado nos Canards Libertaires]

Sobre a situação na faixa de Gaza...

Só me ocorre isto:

"What we've got here is failure to
communicate.

Some men you just can't reach...
So, you get what we had here last week,
which is the way he wants it!
Well, he gets it!
N' I don't like it any more than you men." *


Look at your young men fighting
Look at your women crying
Look at your young men dying
The way they've always done before
Look at the hate we're breeding
Look at the fear we're feeding
Look at the lives we're leading
The way we've always done before

My hands are tied
The billions shift from side to side
And the wars go on with brainwashed pride
For the love of God and our human rights
And all these things are swept aside
By bloody hands time can't deny
And are washed away by your genocide
And history hides the lies of our civil wars

D'you wear a black armband
When they shot the man
Who said "Peace could last forever"
And in my first memories
They shot Kennedy
I went numb when I learned to see
So I never fell for Vietnam
We got the wall of D.C. to remind us all
That you can't trust freedom
When it's not in your hands
When everybody's fightin'
For their promised land


AndI don't need your civil war
It feeds the rich while it buries the poor
Your power hungry sellin' soldiers
In a human grocery store
Ain't that fresh
I don't need your civil war

Look at the shoes your filling
Look at the blood we're spilling
Look at the world we're killing
The way we've always done before
Look in the doubt we've wallowed
Look at the leaders we've followed
Look at the lies we've swallowed
And I don't want to hear no more

My hands are tied
For all I've seen has changed my mind
But still the wars go on as the years go by
With no love of God or human rights
'Cause all these dreams are swept aside
By bloody hands of the hypnotized
Who carry the cross of homicide
And history bears the scars of our civil wars

"WE PRACTICE SELECTIVE ANNIHILATION OF MAYORS AND GOVERNMENT OFFICIALS FOR EXAMPLE TO CREATE A VACUUM THEN WE FILL THAT VACUUM AS POPULAR WAR ADVANCES
PEACE IS CLOSER" **

I don't need your civil war
It feeds the rich while it buries the poor
Your power hungry sellin' soldiers
In a human grocery store
Ain't that fresh
And I don't need your civil war
I don't need your civil war
I don't need your civil war
Your power hungry sellin' soldiers
In a human grocery store
Ain't that fresh
I don't need your civil war
I don't need one more war
I don't need one more war

Whaz so civil 'bout war anyway





* The song samples Strother Martin's speech in Cool Hand Luke ("What we've got here is... failure to communicate. Some men you just can't reach. So you get what we had here last week, which is the way he wants it... well, he gets it. I don't like it any more than you men.")

**a Peruvian militant general's speech ("We practice selective annihilation of mayors and government officials, for example, to create a vacuum, then we fill that vacuum. As popular war advances, peace is closer").

Pesquisar neste blogue