Não se deixem enganar pelas declarações de campanha de Passos Coelho ou Paulo Portas (estas segundas muito mais ambíguas), sobre o não irem para o governo com José Sócrates, ou com o PS.
Se dúvidas existissem, a Grécia já as clarificou. Um governo de maioria absoluta de um só quadrante ideológico, ou o muito mais fraco PS/CDS, será incapaz de levar a cabo o programa de austeridade da Troika.
Apenas o Bloco Central fornece garantias externas e internas de poder levar a cabo os ajustes estruturais necessários. O PS e o PSD terão que estar completamente amarrados ao programa da Troika, e a única forma de isso acontecer é serem eles a executá-lo conjuntamente.
Acordos de incidência parlamentar, ou pactos alargados, são insuficientes para amarrarem o partido que ficasse na oposição. Com novos pacotes de austeridade a terem que ser impostos em cada trimestre, o exemplo do PEC IV demonstra-nos que, mais cedo ou mais tarde, quem ficasse na oposição roeria a corda, quando as sondagens demonstrassem que a chegada ao poder poderia ser possível.
O país não pode correr esse risco. Por isso, todas as elites nacionais, lideradas pelo Presidente da República, farão questão de empurrar o Bloco Central pela goela dos principais partidos a seguir às eleições. O interesse nacional assim o obrigará.
Estas eleições só servirão para determinar quem será o futuro Primeiro-Ministro. E dessa forma, os princípios ideológicos que irão nortear parte da acção governativa, diluídos pelo consenso dentro da Coligação.
Tudo o resto são patranhas. Patranhas engraçadas e idiotas, que apenas demonstram como um candidato em particular não está preparado para exercer o cargo.
Ah, ganda Passos. :)
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Interrupção lúcida over,
Back to the game...
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