Parece haver grande consternação nas hostes da direita, pelo facto de a oposição estar a utilizar as mesmas armas para lutar contra este (des)governo, que derrubaram o governo anterior.
Nunca identificados explicitamente, claro, mas os berros histéricos de "nunca apresentam alternativas", "só fazem ataques pessoais", e a mais deliciosa "estão a atacar a legitimidade do governo em governar", o que traz um sorriso aos lábios de quem defendeu o governo anterior, fazem lembrar tempos idos. É como se fosse um universo paralelo, em quem atacou agora defende, e quem defendeu, agora ataca.
Nem todos entram neste jogo, e nota-se em muitos dos apoiantes de Sócrates, um certo desconforto, e nalguns casos desprezo, por esta inversão de papéis. Associado a críticas à actual direcção do PS, parece haver um anseio por uma oposição mais "séria", alicerçada em conteúdos mais intelctuais, e não tanto na forma, ou em termos ditos "populistas".
Infelizmente, tenho muitas dúvidas de que isso irá acontecer. A política é, talvez, a mais humana de todas as actividades humanas. E das mais impiedosas. Em poucas palavras, o sucesso passado é o principal motivador das estratégias políticas do presente.
Ao terem derrubado o governo anterior utilizando estes métodos, a direita demonstrou que esta é uma estratégia que resulta. Só "anjinhos" não utilizam estratégias que resultam. E na política, não há "anjinhos". Como os apoiantes deste governo demonstraram tão bem.
Quem mata pela espada, morre pela espada.
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