Existem alturas para desdizer o que se disse anteriormente. Mas esta é uma situação que não se aplica a princípios. Para tal há que primeiro afirmar que se efectuou uma mudança de princípios.
Vem isto a propósito da defesa do estado social efectuado no último verão pelo Partido Socialista e pelos seus principais dirigentes. Desde o final de Julho até ao meio de Outubro, não houve maior defensor do Estado Social, em todas as suas vertentes, que os membros do Governo.
Quem defende o Estado Social, seja da forma que o fez, seja (mesmo) de uma forma não tão violenta, não pode vir, passado dois meses, apresentar um conjunto de propostas que atacam a classe média de forma tão violenta e defende aqueles que mais têm.
Juntemos ao Orçamento possível, o rasgar do acordo efectuado em sede de Concertação Social e não confirmar do aumento de 475€ para 500€ do Salário Mínimo e a proposta de maior liberalização dos despedimentos (reduzindo as indemnizações pagas em caso de despedimento para os novos contratados) num país que já é o terceiro com trabalho mais precário entre os países da Europa, e pergunto que raio de Governo socialista está a governar este país.
Falta coerência a este Governo, em tempo de crise. A coerência torna-se fácil quando os tempos não são tão difíceis...
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