terça-feira, dezembro 15, 2009

. . . CHEGOU COMO QUEM CHEGA DO NADA, POR EMAIL

Nicolau Santos, Director - adjunto do Jornal Expresso, In Revista "Exportar"


Eu conheço um país que tem uma das mais baixas taxas de mortalidade mundial de recém-nascidos, melhor que a média da UE.

Eu conheço um país onde tem sede uma empresa que é líder mundial de tecnologia de transformadores.

Eu conheço um país que é líder mundial na produção de feltros para chapéus.

Eu conheço um país que tem uma empresa que inventa jogos para telemóveis e os vende no exterior para dezenas de mercados.

Eu conheço um país que tem uma empresa que concebeu um sistema pelo qual você pode escolher, no seu telemóvel, a sala de cinema onde quer ir, o filme que quer ver e a cadeira onde se quer sentar.

Eu conheço um país que tem uma empresa que inventou um sistema biométrico de pagamento nas bombas de gasolina.

Eu conheço um país que tem uma empresa que inventou uma bilha de gás muito leve que já ganhou prémios internacionais.

Eu conheço um país que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial, permitindo operações inexistentes na Alemanha, Inglaterra ou Estados Unidos.

Eu conheço um país que revolucionou o sistema financeiro e tem três Bancos nos cinco primeiros da Europa.

Eu conheço um país que está muito avançado na investigação e produção de energia através das ondas do mar e do vento.

Eu conheço um país que tem uma empresa que analisa o ADN de plantas e animais e envia os resultados para toda a EU.

Eu conheço um país que desenvolveu sistemas de gestão inovadores de clientes e de stocks, dirigidos às PMES.

Eu conheço um país que tem diversas empresas a trabalhar para a NASA e a Agência Espacial Europeia.

Eu conheço um país que desenvolveu um sistema muito cómodo de passar nas portagens das auto-estradas.

Eu conheço um país que inventou e produz um medicamento anti-epiléptico para o mercado mundial.

Eu conheço um país que é líder mundial na produção de rolhas de cortiça.

Eu conheço um país que produz um vinho que em duas provas ibéricas superou vários dos melhores vinhos espanhóis.

Eu conheço um país que inventou e desenvolveu o melhor sistema mundial de pagamento de pré-pagos para telemóveis.

Eu conheço um país que construiu um conjunto de projectos hoteleiros de excelente qualidade um pelo Mundo.

O leitor, possivelmente, não reconheceu neste país aquele em que vive... PORTUGAL.

Mas é verdade.Tudo o que leu acima foi feito por empresas fundadas por portugueses, desenvolvidas por portugueses, dirigidas por portugueses, com sede em Portugal, que funcionam com técnicos e trabalhadores portugueses.


Chamam -se, por ordem, Efacec, Fepsa, Ydreams, Mobycomp, GALP, SIBS, BPI, BCP, Totta, BES, CGD, Stab Vida, Altitude Software, Out Systems, WeDo, Quinta do Monte d'Oiro, Brisa Space Services, Bial, Activespace Technologies, Deimos Engenharia, Lusospace, Skysoft, Portugal Telecom Inovação, Grupos Vila Galé, Amorim, Pestana, Porto Bay e BES Turismo.

Há ainda grandes empresas multinacionais instalada no País, mas dirigidas por portugueses, com técnicos portugueses, de reconhecido sucesso junto das casas mãe, como a Siemens Portugal, Bosch, Vulcano, Alcatel, BP Portugal e a Mc Donalds (que desenvolveu e aperfeiçoou em Portugal um sistema que permite quantificar as refeições e tipo que são vendidas em cada e todos os estabelecimentos da cadeia em todo o mundo).


É este o País de sucesso em que também vivemos, estatisticamente sempre na cauda da Europa, com péssimos índices na educação, e gravíssimos problemas no ambiente e na saúde... do que se atrasou em relação à média UE...etc.

Mas só falamos do País que está mal, daquele que não acompanhou o progresso.

É tempo de mostrarmos ao mundo os nossos sucessos e nos orgulharmos disso.

segunda-feira, dezembro 14, 2009

Ainda Praga

Não consegui dar vazão ao todo o trabalho que tinha de fazer em Praga. São, de facto, muito cansativos estes encontros de socialistas. Eu estive como delegado da Rainbow Rose, grupo LGBT junto do PES (Partido Socialista Europeu) e tive uma montanha de «tarefas» a cumprir. Tivemos uma fringe meeting onde apresentámos a situação na Europa de Leste (um paper desenvolvido pelo Lukasz Palucki, que podem ver aqui), uma intervenção no plenário – feita pela Anna Paola Concia (primeira deputada gay no Parlamento italiano, e que podem ver no fim do post) – um par de reuniões bilaterais importantes e interessantes (com o PES Women, com o Comité das Regiões, com a ECOSY e com diversos eurodeputados). Aparte deste trabalho específico ainda estive muito envolvido com tudo o que se passava com os PES activistas, liderando a delegação portuguesa (de activistas) e preparando uma outra série de reuniões sobre esse interessantíssimo projecto patrocinado pelo PES.

Foram, como se pode facilmente depreender, dias de elevada intensidade política, com resultados animadores. No final o Congresso acabou por reeleger Poul Rasmussen como Presidente do PES, com uma elevada e expressa maioria (conseguiu 327 dos 333 votos possíveis), o que acaba por ser um reconhecimento político do bom trabalho que o actual lider do PES tem desenvolvido no seio do Partido. Refiro ainda que, apesar da derrota eleitoral de Junho, a verdade é que o PES está hoje mais fortalecido, com uma liderança e uma equipa estável.

Roma não se construiu num só dia, bem o sabemos, e estou certo que só com um reforçado, pró-activo e apoiado Partido Socialista Europeu pode a Europa ambicionar uma desejada virada à esquerda, e procurar a construção de uma Nova Europa Social.

Aqui podem assistir às intervenções no Congresso do Partido Socialista Europeu:

Abertura (Philip Cordery) (Poul Rasmussen) (Jiri Paroubek),
Aprovação do plano de actividades,
Painel 1 (uma nova direcção para as sociedades progressivas) (parte 1) (parte 2),

Paola Concia at 8th PES Congress from Rainbow Rose on Vimeo.

sexta-feira, dezembro 11, 2009

Lançamento de livro do ICS. Hoje.

O livro “Semipresidencialismo em Países de Língua Portuguesa” vai ser lançado hoje, dia 11 de Dezembro, na Livraria Bulhosa de Entrecampos, às 18 horas.

A apresentação está a cargo do Carlos Jalali da Universidade de Aveiro.

O nosso camarada José Reis Santos colaborou com um capítulo para este livro do ICS coordenado por Marina Costa Lobo e Octávio Amorim Neto.

Francis Blanchard (RIP)

CONFEDERACIÓN SINDICAL INTERNACIONAL

CSI EnLínea


Fallece Francis Blanchard, ex Director General de la OIT

Bruselas, 11 de diciembre de 2009: Ha supuesto un gran pesar para la CSI recibir la noticia del fallecimiento, el día 9 de diciembre, de M. Francis Blanchard, Director General de la Organización Internacional del Trabajo de 1974 a 1989.

El Sr. Blanchard prestó servicio a la OIT durante 38 años, y su trabajo fue especialmente decisivo para el desarrollo de las actividades de cooperación técnica y la descentralización del trabajo de la Organización. No obstante, el pleno alcance de su talento se hizo patente sobre todo en tanto que Director General, cuando su liderazgo permitiría que la organización atravesara los difíciles y conflictivos años de la Guerra Fría.

El éxito de la OIT durante el mandato del Sr. Blanchard, y el hecho de su destacada posición a la hora de aportar un cambio histórico y duradero para el mundo, se debió en gran parte al firme apego que tenía a los principios y misión de la Organización. Se negó a desviarse de los mismos a pesar de las inmensas presiones políticas que pesaban sobre él. Dirigió con sabiduría, distinción, destreza y compromiso, y su muerte será lamentada por sindicalistas de todo el mundo, muchos de los cuales deben el ejercicio de sus derechos al trabajo que realizó”, dijo Guy Ryder, Secretario General de la CSI.

La CSI representa a 175 millones de trabajadores y trabajadoras de 311 organizaciones afiliadas nacionales en 155 países y territorios

terça-feira, dezembro 08, 2009

O Ponto nº 5 da resolução do 8º Congresso do PES - Praga 8 de Dezembro de 2009



Resolution n°1
People first: A Progressive European Agenda
Adopted by the 8th PES Congress



5. To pursue gender equality

Our vision of progressive societies is contingent on gender equality. Gender inequalities continue to have deeply negative consequences for the economy, social justice and democracy.

Women still earn, on average, 17.4% less than men for doing the same work; they are much more likely to be unemployed, discouraged from entering the labour market by the lack of decent jobs, or in lower-paid, low-quality or part-time jobs. The financial and economic crisis has highlighted the very low number of women in top decision-making positions in the banking sector and in listed companies. Overall, the result is that women have not been able to contribute fully to generating new prosperity and providing sound stewardship in the economy.

The extent to which gender equality has been achieved varies across Europe. Those European countries which have done most to increase women’s rights and opportunities are amongst the leading sustainable societies in Europe with the highest proportion of women in the workforce and the highest birth rates.

We believe gender should be mainstreamed throughout all EU policies and instruments, including national and European economic recovery plans. It is urgent for the EU to adopt a European Women’s Rights Charter to improve women’s rights and opportunities and promote mechanisms to achieve gender equality in all aspects of social, economic and political life. Moreover, this Charter must be carried by a visible, effective, target-driven platform with a sufficient budget to ensure that its content is implemented and respected in all Member States.

Improving paid and shared parental leave rights and pre-school child care and education would benefit labour market participation and economic performance, reduce poverty – thereby alleviating welfare burdens - as well as improve the life chances of children. We must reach the EU Barcelona child care targets. The use of quotas in politics and the private sector should be explored in order to overcome latent discrimination and entrench gender equality.

We will continue to campaign for equal political representation of women and men in all decision-making bodies at European level. In this respect, we are proud that the first EU High Representative for Common Foreign and Security Policy, following the ratification of the Lisbon Treaty; is Catherine Ashton, a woman from our political family.

We welcome the forthcoming Spanish EU Presidency’s placing of women’s rights at the top of the European agenda. We will promote women’s sexual and reproductive health rights throughout the EU. We propose to step up European efforts to eradicate human trafficking and sexual exploitation through closer judicial and police cooperation. We also propose to encourage and support the EU and its Member States in their efforts to stop domestic and gender-specific violence, including that perpetrated against women of ethnic minorities, through all appropriate EU programmes and funds.

We are convinced that pursuing gender equality will bring far-reaching benefits for European.

Prague, 8 December 2009

domingo, dezembro 06, 2009

CARTA EUROPEIA DOS DIREITOS DAS MULHERES


PES Women President calls for European Women’s Rights Charter
06/12/2009


Yesterday at the PES Women Annual Conference Zita Gurmai MEP was unanimously re-elected President of PES Women. In her opening remarks, she called upon European Commission President Barroso to deliver on his promise to put in place a European Women’s Rights Charter that will enforce gender equality for the 21st century.

The PES Women Annual Conference entitled ‘Feminism in the 21st Century’ is being held in Prague from 5th – 6th December. The Conference is focusing on the 21st century challenges to gender equality in Europe and formulating PES Women responses.

Zita Gurmai MEP, President of PES Women said: “The European Women’s Rights Charter must constitute an enhanced commitment to gender equality. This must be visible, effective, target-driven and have a sufficient budget to ensure that the content is implemented and respected in all Members States. Gender equality policies cannot be relegated to a sectoral approach. Our future depends on how we can make these gender policies work”.

Gender equality and the participation of women is essential for a progressive European society”, concluded the newly re-elected PES Women President, Zita Gurmai

Minha Senhora de Mim


Maria Teresa Horta nasceu em Lisboa e fez a sua estreia no campo da poesia em 1960, com um livro de poemas cujo título é premonitório: Espelho Inicial. Jornalista de profissão, o seu nome começa por ser associado ao grupo da «Poesia 61». Mas, a partir de 1971, devido ao escândalo que envolveu a publicação das Novas Cartas Portuguesas, de que foi co-autora, e ao processo judicial que se lhe seguiu, passa a ser vista como um expoente do feminismo em Portugal.




A sua luta pelos direitos das mulheres é inseparável de uma carreira literária muitas vezes afectada, positiva ou negativamente, pelo seu posicionamento ético. No entanto, e apesar da intransigência das suas convicções, a escritora não se reconhece na imagem estereotipada da «feminista militante»: «Eu sou precisamente o contrário do que as pessoas imaginam das mulheres feministas» (Pública, 208, 21.5.00).

Se a imagem da escritora é naturalmente associada à coerência e firmeza das suas posições em prol dos direitos da mulher, é tempo de (re)lermos os seus livros um a um, e seguirmos o trajecto luminoso de uma escrita poética nascida de uma exigência radical de liberdade. O erotismo que a percorre começa por ser a denúncia da repressão sexual que pesa violentamente sobre a mulher nos anos ses¬senta, num momento em que é posta a nu (Reich, Marcuse) a articulação entre esta e o poder político. Mas, logo se torna perceptível que esse erotismo extremado é muito mais do que a expressão de um inconformismo lúcido ou de um exercício subversivo da liberdade. A escrita erótica de Maria Teresa Horta é sentida como uma forma intolerãvel de apropriação de um discurso do prazer, ou da fruição, que era pertença exclusiva do território masculino, não só dentro de uma ordem social e política discriminatória, mas também, e sobretudo, no interior de uma ordem simbólica, onde a própria linguagem é um instrumento de opressão. Como foi insistentemente sublinhado por Roland Barthes, a língua encarrega-se de marcar a diferença sexual e social, mantendo, por um lado, separados os géneros feminino e masculino, e confundindo, pelo outro, «a servidão e o poder» (Lição, 1979). A subordinação da mulher ao homem é função de um discurso que intenta salvaguardar os princípios da hegemonia cultural masculina, sendo o corpo feminino uma construção que se vai adaptando aos imperativos de uma ordem falocêntrica dominante. Neste sentido, Minha Senhora de Mim (1971) é, sem dúvida, um dos livros que assinala um importante momento de viragem na escrita feminina contemporânea e, mais subtilmente, na obra da própria autora.

A poesia de Maria Teresa Horta afasta-se contudo dos imperativos definidores e delimitadores das formas mais radicalizadas do feminismo actual. A sua visão do erotismo funda-se no desejo de uma autêntica complementaridade entre a mulher e o homem e esclarece-se, quanto a nós, à luz da tese platónica da cisão originária dos seres em duas metades e da trajectória de cada uma delas em busca da outra, através do amor. Daí que a sua poesia se reconheça dentro de uma belíssima definição do erotismo dada por Bataille: «uma imensa aleluia perdida num silêncio sem fim» (O Erotismo, 1957).

Nesta obra poética, marcada por uma invulgar coerência, espelha-se uma concepção de poesia profundamente intimista e feminina, alimentada pela crença no amor único e recíproco, como forma absoluta de negar a violência da morte e a inconstância dos afectos humanos. [...]

Maria João Reynaud, in Vozes e Olhares no Feminino, Edições Afrontamento, Porto 2001, pp. 32 - 34

N.B. Posto este texto porque é neste feminismo que eu me revejo; porque não compreendo os pós-feminismos nascidos dos feminismos radicais e que visam, actualmente, "quebrar todos os dualismos de sexo e de género". Porque este é o meu modo de ser/estar. Com Wilhelm Reich, com Georges Bataille e com Maria Teresa Horta, com uma "exigência radical de liberdade".

sábado, dezembro 05, 2009

From Mexico with love


Somaterapia


“Nada é tão contagiante como o gosto pela Liberdade” Roberto Freire







Foi lançado em Lisboa, no dia 28 de Novembro, um livro sobre Somaterapia, da autoria de João da Mata. Pode ser adquirido na Livraria Letra Livre, em Lisboa.

O objectivo da somaterapia é o de, partindo das emoções expressas pelo soma (pelo "corpo") libertar os seres humanos das "couraças" que todos fomos adquirindo, que nos prendem a territórios desajustados e não desejáveis, que nos bloqueiam portas, que nos impedem de partir "on the road", que nos roubam energias criadoras. Baseia-se, entre outros autores, nos trabalhos de Wilhelm Reich e de Gregory Bateson bem como nas teorias e nas práticas do Living Theatre. A somaterapia é uma terapia libertária que ajuda a desconstruir modos de reagir enquistados e desadequados.


Nota: "corpo" entre aspas porquanto para a somaterapia não existe qualquer dualismo, seja ele corpo e alma ou outro; somos seres unos e cada um de nós é único.

Uma Cantora Nómada (3)

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