domingo, novembro 26, 2006

Mário Cesaríny (1923 - 2006)


Pelo que percebi, perdemos mais um pedaço do nosso século XX. Ainda outro.

Recordo.

Poema

Em todas as ruas te encontro

em todas as ruas te perco

conheço tão bem o teu corpo

sonhei tanto a tua figura

que é de olhos fechados que eu ando

a limitar a tua altura

e bebo a água e sorvo o ar

que te atravessou a cintura

tanto tão perto tão real

que o meu corpo se transfigura

e toca o seu próprio elemento

num corpo que já não é seu

num rio que desapareceu

onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro

em todas as ruas te perco

Sem comentários:

Pesquisar neste blogue