quarta-feira, novembro 08, 2006

InDecision 2006


Óptima noite eleitoral.

Até às quase 5 de manhã foi acompanhando, via CNN, BBC World e Sky NEWS as incertezas, os volte-faces, o drama das diversas corridas. Vi, com atenção os comentários, os spins, as intervenções. Ouvi as declarações da Hillary Clinton, do John Kerry, do Barack Osama (como comentador, não como candidato). Poucos republicanos (a limpeza de Nova Iorque é sintomática – Senado, Governador, Procurador-geral), e já muito de 2008 (nomeadamente em Osama e Hillary).

A notícia da noite era o Senado, onde grande parte da indecisão se mantinha, e a noite acabou sem a notícia, uma vez que ainda há duas corridas too close to call (Virgínia e Montana). Agora está 49-49, empate perfeito, não fora o caso de dois senadores independentes estarem contabilizados no causus democrata. Até agora os democratas ganharam 4 Estados (Ohio, Rhode Island, Pennsylvania e Missuri), podendo ainda ganhar mais 2.

Na Câmara dos Representantes o interesse era vermos a margem amealhada em 2004 pelos republicanos encolher. A noite começou com os Republicanos com + 15, ou seja, com os Demecratas a necessitarem de recuperarem 15 lugares para reganharem a câmara baixa (que perderam em 2000). No total os Democratas ganharam 27 lugares, ficando o Congresso 227/195 para os democratas (e 13 corridas ainda indecisas…).

Nos governos estaduais, a notícia mediática é a reeleição de Arnold (55/39%) e um ganho de 6 Estados (Massachusetts, Maryland, New York, Arkansas, Ohio e Colorado) para os democratas, invertendo os números de 22/28.

Assim estão as contas:

Representantes. Senado. Governadores estaduais.

No fim, como vem sendo hábito na política americana, não se sabe ainda bem quem ganhou o decisivo controlo do Senado. Talvez seja ainda preciso esperar mais umas semanas. Em Montana a corrida está 194.904 / 198.034 para o candidato democrata, com 3128 votos a separá-los; enquanto na Virgínia a votação também está a pender para o candidato democrático 1.170.708 / 1.162.576 [8.132 votos de diferença]. Nestes dois estados terão de ser recontados os votos, uma vez que a margem de vitória é percentualmente insegnificativa. No final está tudo em aberto: pode se manter o empate (no caso o voto de desempate é do vice-presidente Dick Cheney); podem os republicanos manter a Câmara Alta ou podem os democratas ganhar o Senado. O domínio do Congresso está dependente deste desfecho, sabendo que a câmara baixa é democrata.

Em suma, um biénio muito interessante se adivinha. Por um lado a corrida democrata já começou (não é Rui?), por outro espera-se pela reacção republicana, tudo este novo caldo temperado pela nova speaker dos representantes. A primeira mulher no exercício deste cargo com a mais que possível candidata Clinton afemeninarão a política norte-americana como nunca. Women Power in 08? Veremos.

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