segunda-feira, maio 31, 2010

Um presidente poeta

O Partido Socialista decidiu apoiar a candidatura de Manuel Alegre a Presidente da República. Preferiu apoiar o camarada de sempre em detrimento da candidatura de Fernando Nobre, também um candidato com provas dadas na sociedade civil e pelas causa humanitárias. Dois bons candidatos que irão dividirem a esquerda e o centro esquerda.
Para a esquerda centrista as próximas eleições presidenciais serão deveras importantes porque senão vejamos: se ganhar o candidato do Centro Direita e se o PSD apresentar as previstas moções de censura ao governo, caso tenhamos eleições antecipadas e caso o PSD as ganhe já com o candidato de Centro Direita no poder presidencial, teremos uma bipolarização de poder executivo e presidencial à direita, ou melhor às direitas.
O PS perde pontos na opinião pública, a esta altura, coisa normalmente vista quando se tomam medidas tão duras (embora necessárias) como as que contém o Plano de estabilidade e crescimento económico (PEC). Será por isso necessário um grande enfoque nas próximas eleições presidenciais por parte do PS e que sejam vistas como de menor importância por ainda o PS ser poder e Cavaco Silva ser quem é.
O insignificante poderá tornar-se estrategicamente importante se medirmos todos os cenários possíveis.
Suponhamos agora que em plena recessão económica, em plena crise de paradigma tenhamos um Governo PSD e um Presidente da República de centro direita. Suponhamos que um dia acordamos e a realidade é essa.

quinta-feira, maio 13, 2010

O DECÁlOGO de Bertrand Russell


Não tenhas certeza absoluta de nada.
Não consideres que valha a pena proceder escondendo evidências, pois as evidências inevitavelmente virão à luz.
Nunca tentes desencorajar o pensamento, pois com certeza tu terás sucesso.
Quando encontrares oposição, mesmo que seja de teu cônjuge ou de tuas crianças, esforça-te para superá-la pelo argumento, e não pela autoridade, pois uma vitória dependente da autoridade é irreal e ilusória.
Não tenhas respeito pela autoridade dos outros, pois há sempre autoridades contrárias a serem achadas.
Não uses o poder para suprimir opiniões que consideres perniciosas, pois as opiniões irão suprimir-te.
Não tenhas medo de possuir opiniões excêntricas, pois todas as opiniões hoje aceitas foram um dia consideradas excêntricas.
Encontres mais prazer em desacordo inteligente do que em concordância passiva, pois, se valorizas a inteligência como deverias, o primeiro será um acordo mais profundo que a segunda.
Sê escrupulosamente verdadeiro, mesmo que a verdade seja inconveniente, pois será mais inconveniente se tentares escondê-la.
Não tenhas inveja daqueles que vivem num paraíso dos tolos, pois apenas um tolo o consideraria um paraíso.


Um dos grandes pensadores do século XX... Vale a pena descobri-lo.

domingo, maio 09, 2010

Os Três Grandes: Porque devem Sportinguistas e Portistas torcer para que o Benfica ganhe o Campeonato.

Sendo eu sportinguista, admito que me tem dado um certo gozo contemplar a possibilidade que um dos melhores campeonatos do Benfica de sempre possa ser perdido na última jornada.



Mas tal evento acarreta um considerável perigo, sobretudo para sportinguistas e portistas. Porque caso esse evento venha a acontecer poderá enfraquecer gravosamente a pedra basilar do futebol português, algo que define até socialmente a nossa sociedade. Refiro-me ao conceito dos “três grandes”.



Portugal destaca-se no universo futebolístico europeu e mundial por uma idiossincrasia: o facto de historicamente apenas três clubes terem ganho todos (exceptuando dois) os campeonatos profissionais de futebol. Com excepção do Belenenses, em idos muito remotos, e do Boavista mais recentemente, Sporting, Benfica e Porto são os únicos campeões de futebol que Portugal jamais conheceu. É assim evidente a raiz do conceito dos “três grandes”.



E ser um dos três grandes é essencial para toda a imagem desses três clubes. Tanto Sporting e Benfica passaram quase duas décadas arredados de serem campeões, tendo o Porto passado muito mais. Eu próprio apenas assisti ao Sporting ser campeão quando já era adulto, e apesar disso na minha juventude nunca deixei de ver o meu clube como um dos três grandes.



É com base neste historial exclusivo que gerações inteiras foram educadas a serem adeptos destes clubes. Este conceito, perpetuado extensivamente pelos media, gerou uma dinâmica de auto-reforço que impediu que períodos francamente negativos da vida destes clubes se reflectissem em perda da sua influência e da sua atracção. Apenas existem três grandes clubes em Portugal.



Para bem destes clubes, apenas podem existir três grandes clubes em Portugal.



Se for campeão um clube que não seja um dos três grandes, este conceito fica bastante enfraquecido. A vitória do Belenenses não representa um perigo. É apenas uma história para almofadar a sua descida de divisão. A do Boavista poderia ter representado um problema, mas facilmente a inépcia dos dirigentes levou a que nem sequer se aguentassem na divisão maior do futebol português.



Resta o perigo que vem de Braga.



A bem dos três grandes, o Braga não pode ser campeão!



Tal como um fedelho, que na sua arrogância juvenil pensa que sabe mais da sua vida do que os adultos que realmente a viveram. Tal como um insecto que pensa que é mais forte que os três eternos gigantes que sempre o rodearam, é preciso que o Braga desça à terra, cabendo ao Benfica essa gloriosa tarefa.



Não só em nome de todos os benfiquistas, que legitimamente aguardam a consagração do melhor campeonato da sua equipe nos últimos vinte anos, mas também por todos os sportinguistas e portistas, cujos clubes sempre foram considerados parte dos três grandes, é preciso que o Benfica seja campeão!



Por isso, por esta vez, e esperemos nós que só por esta vez, cantemos todos:



SLB!


SLB, SLB, SLB!


GLORIOSO!


SLB!


GLORIOSO SLB!


sexta-feira, maio 07, 2010

Para quem acha que a situação portuguesa não é igual à grega...




(via Eurointelligence)


Têm razão. Nalguns casos, a situação portuguesa é bastante pior que a grega. E o mesmo poderá ser dito de muitos outros países.

Mas continuemos todos (governos, oposições, sindicatos, media, etc...) a assobiar para o ar.

quinta-feira, maio 06, 2010

A Vocação Perdida de Ricardo Rodrigues



Observem a economia de movimentos, a elegância da acção. Tal como um “Bruce Lee” que é mestre em outra área que não as artes marciais, é uma alegria ver Ricardo Rodrigues em acção. Tal como um ilusionista, no momento em que aconteceu ninguém se apercebeu de nada. Só depois, percebemos o mecanismo das suas acções.

Não acham que Ricardo Rodrigues escapou à sua verdadeira vocação?

P.S. - Passando a parte humorística, que é definitivamente um caso de rir para não chorar, alguém me explica, entre muitas coisas, porque é que os gravadores não foram devolvidos, e como é que Ricardo Rodrigues não se demitiu de vice-presidente da bancada ou renunciou ao mandato? Já para não falar em pedir desculpa? Mas que raio de partido é que tolera uma coisa destas?

P.S.S. - Continuo a acreditar, a bem da minha sanidade, que aquilo que foi noticiado pela SIC-N - os deputados do PS a aplaudirem as acções de Ricardo Rodrigues - não passe de uma invenção jornalística.

Gordon Brown's Last Hope...

... é que mais pessoas sigam o exemplo de Charlie Whitaker:

“So there I was, all ready to convert my well formed pro-Liberal Democrat voting intention into a mark on the ballot paper, when this strange mist descended, and all I could think was: is there any way - any way at all - to stop this place going Tory? So I went for the Labour guy instead”.



We can dream, right?

domingo, maio 02, 2010

PELA CRIAÇÃO DE UMA TAXA DE TRANSACÇÃO FINANCEIRA (TTF) JÁ!

PELA CRIAÇÃO DE UMA TAXA DE TRANSACÇÃO FINANCEIRA (TTF) JÁ!

EUROPEUS PELA REFORMA FINANCEIRA

POR UMA TAXA DE TRANSACÇÃO FINANCEIRA (TTF) JÁ!


Taxar o sector financeiro é uma questão de justiça social. Porque serve para aumentar os rendimentos do Estado, o que é absolutamente necessário para a transição para uma sociedade mais inclusiva, mais justa e mais transparente. Porque, ao contrário do dumping puramente especulativo – que é uma actividade sem utilidade social – a taxa de transacção financeira promove investimentos sustentáveis e de longo-prazo, necessários a uma economia verde. Por último, porque uma taxa global de transacção financeira de 0,05%, aumenta 1% ao ano o PIB nominal mundial. Este aumento proporciona fundos para investimentos de longo-prazo, capazes de financiarem o desenvolvimento global e os efeitos das mudanças climáticas. Estas políticas são as únicas que permitem o crescimento da solidariedade a um nível mundial.

“Chegou o momento de implementar uma taxa de transacção financeira.”.
Paul Krugman (Economista e Prémio Nobel, E.U.A.)

“Não é aceitável que os benefícios do sector financeiro, quando bem sucedido, sejam proveito de uns quantos, e que os custos do sector financeiro, quando falha, sejam suportados por todos nós.”
Gordon Brown (Primeiro Ministro do Reino Unido)

“A globalização dos mercados financeiros deu ao capital financeiro benesses injustas quando comparadas com outras fontes passíveis de serem taxadas. Uma taxa de transacção financeira permite reequilibrar o fio da balança”
George Soros (Soros Fund Management and Open Society Institute, EUA)


“Europeus Pela Reforma Financeira” é uma coligação de forças progressistas, que inclui ONG´s, Sindicatos, cidadãos, académicos e políticos progressistas que se juntaram numa frente de campanha por uma reforma efectiva do sistema bancário e financeiro.

Parceiros: The Global Progressive Forum, CES/ETUC, CIS/ITUC, UniGlobalUnion, FEPS, IGMetal, IUF/UITA/IUL, SOMO, Socialist mutual Benefit Society, DGB, FGTB/ABVV, CNCD, AK, ÖGB, CEVEA, TUC, UNITE, Partido Socialista Europeu, Partido Europeu dos Verdes, the S&D Group.
Mais informação em www.europeansforfinancialreform.org !

UMA TAXA DE 0,05% EM CADA TRANSACÇÃO FINANCEIRA

UMA TAXA PARA OS BANQUEIROS PAGAREM A CRISE DA BANCA!
UMA TAXA PARA PÔR FIM À ESPECULAÇÃO!

POR UMA TAXA DE TRANSACÇÃO FINANCEIRA JÁ!


A aplicação de uma taxa, mesmo de uma pequena percentagem, sobre um valor de transacções mundiais superior a 3.000.000.000.000.000 €, gera grandes rendimentos.

A implementação imediata de uma taxa de transacção financeira global gera mais de € 500 mil milhões de rendimentos para o ano seguinte, dos quais € 200 mil milhões para a Europa.

* Precisamos de € 200 mil milhões por ano para atingir as Metas de Desenvolvimento do Milénio.

* Precisamos de € 900 mil milhões por ano para ultrapassar as graves consequências das mudanças climáticas.

* A Europa pode criar 2 a 3 milhões de postos de trabalho, com a implementação da Taxa de Transacção Financeira no valor de 0,05%.

Nós, os cidadãos comuns, resgatámos o sistema financeiro que quase nos destruiu com a sua ganância.

* A crise já custou 7 milhões de postos de trabalho na Europa.

* A crise vai custar, a cada cidadão € 6 000 de dívida extra pública em 2011.

* Os Bancos e os Fundos de Investimento estão a ter lucros e a pagar milhares de milhões de Euros de bónus.

A irresponsabilidade dos banqueiros e dos políticos neo-liberais é a causa da crise.
A especulação é a causa da crise.

Nos últimos 15 anos, o número de transacções financeiras cresceu 450%.

Hoje, mesmo depois da crise, o sistema financeiro é 70 vezes maior do que a economia real.

Não nos compete a nós pagarmos os estragos.

Mas compete-nos a nós assegurarmo-nos que nunca mais tal acontecerá.

Se alguém tiver uma ideia eficaz para diminuir o fosso entre o sistema financeiro e a economia real, que a diga agora. Caso contrário, implantemos a TTF já”
Peer Steinbrück (ex-Ministro das Finanças da Alemanha)


Dizem que é difícil e muito cara;
Nós dizemos que é a taxa mais fácil, mais barata e mais popular de sempre.

A maior parte das transacções financeiras é processada electronicamente. Todos os impostos e custos de transacção são efectuados directamente: a TTF será processada do mesmo modo, que se traduz, para os funcionários bancários, num acto tão simples quanto adicionar uma linha ao código do computador. E é barata: não exige a presença de um fiscal, porta a porta, não exige declarações na Secção de Finanças. A TTF pode ser deduzida directamente e a custos muito baixos.

Dizem que não pode ser feita;
Nós dizemos que já está feita.

No Reino Unido, a maior casa de transacções financeiras na Europa, existe, desde o ano de 1694, uma taxa de 0,5% em cada acto de comprar ou vender acções. 7 dos 27 países da União Europeia e, ainda, a Suíça, têm taxas do tipo da TTF. Muitos outros países, incluindo os E.U.A., têm ou tiveram, num ou noutro momentos da sua história, taxas do tipo da TTF.

Dizem que vai ser perigosa;
Nós dizemos que perigosa é a falta de regulamentação.

Uma taxa financeira, global ou europeia, terá um impacto no mercado financeiro capaz de abrandar a especulação sem utilidade social e de permitir a emergência de investimentos produtivos e de longo-prazo. Esta taxa – a TTF - destina-se a ser aplicada apenas aos actores financeiros e não aos cidadãos comuns.

Dizem querer voltar ao negócio como costume.
Nós dizemos –lhes: negócio falhado é negócio fechado.

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