sexta-feira, setembro 30, 2005

Nada de novo

Fátima Felgueiras regressou à vida política activa. Já todos sabemos que o seu regresso se volta a prender a mais um conjunto de coincidências, semelhantes às que determinaram a sua saída de Portugal à mais de dois anos.

Até aqui, nada de novo. Na verdade, este caso já não consegue surpreender, só temos de imaginar o cenário político mais inaceitável e para que este se concretize só é preciso algum tempo.

Se alguém ficciona-se tais acontecimentos num passado ainda não muito distante, poucos seriam aqueles que os julgariam possíveis de ultrapassar essa afinal ténue barreira da ficção.

O que é mais confrangedor no discurso de Fátima Felgueiras é a miséria intelectual que este encera, que ganha dimensão pela "quase" total ausência de valores éticos e morais.

Mais penoso que observar o deambular desta pobre alma, é assistir ao rosário de fiéis felgueirenses que seguem a sua salvadora, dominados pela propaganda que vitimiza a filha da terra, vergonhosamente atacada pelos papões que desejam assistir ao definhar de tão próspero conselho. Também aqui, nada de novo.

Talvez surpreenda o recurso demasiado fácil à mentira, a máxima parece simples, mentir o número de vezes necessário para que esta se assuma como verdade.

Fátima Felgueiras, não é mais que um exemplo mediático das tortuosas relações entre o poder político e económico, ou se preferirem entre os interesses público e privado, permanentemente observados por uma sociedade cansada ou dominada pela política (de forma consciente ou não), sociedade essa que dá corpo a instituições inertes. Excepções são aqueles não se mostram resignados e permissivos perante a burocratização e compadrio, que não olham a mediocridade como inevitável e a responsabilidade como papel a desempenhar por terceiros.

Todos sabemos que estas questões nunca serão discutidas na sua essência pelos meios de comunicação social, porque também estes estão cansados ou dominados. Não serão atalhadas pelo poder político, pois ninguém espera pelo tiro no próprio pé. E quanto à justiça, esta afinal é cega, só tendo tacto para uma rigorosa interpretação das palavras que determinam a lei.

Infelizmente, e à demasiado tempo, nada de novo.
Jorge Macieirinha

1 comentário:

Unknown disse...

Isaltinoooo, olé!
Avelinooooo, olé!
Valentiiimm, olé!?!
Fatinha olé, olé!!!!

Concordo. Nada de novo

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