quarta-feira, junho 03, 2009

Mudsliding, humor e política.

Recentemente coloquei neste blog um video que levantou alguma polémica. Não entendo porquê, sinceramente, afinal as tácticas de mudsliding já existem há algum tempo na política portuguesa (basta recordarmos os ataques pessoais que José Sócrates teve de suportar durante a campanha eleitoral para as eleições legislativas de 2005).
O vídeo, que, repito, não o aprovo, é um exemplo recente que caracteriza os rumos do debate em Portugal: ataque pessoal ao principal adversário político, ad hominen. É essa a táctica que alguma direita tem procurado promover, por exemplo (como o comprova aliás alguns dos comentários recebidos neste post).
Dizia então que estas formas de fazer política estão cada vez mais frequentes na vida política nacional, e cortam qualquer intenção de elevar o debate sobre as propostas em causa. É o que se tem visto por esta campanha fora, e de parte a parte, admito.
O vídeo em causa, em minha opinião, roça o limite do aceitável, por ser talvez demasiado explicito, muito on your face. É verdade que o Paulo Rangel, com as respostas dadas, se põe a jeito para um contra-ataque destes, mas a coisa podia ter sido feito com mais… delicadeza.
Para exemplificar o argumento, deixo-vos outros vídeos, também de ataque político, mas que pelo uso da ironia, do humor e da ficção se destacam. Um é produzido pelo Bloco de Esquerda e é contra o Tratado de Lisboa; o outro é da responsabilidade da Sinistra i Libertá, coligação de esquerda concorrente às eleições europeias, que ataca o Partido Democrático (outra coligação de «esquerda» em Itália).
Estes exemplos reportam à melhor tradição do uso da caricatura e do humor em política, e devem relembrar que há outras formas de fazer política, mesmo negativa, do que atirar lama à cara do adversário. À atenção da direita.
Disfrutem.

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