sexta-feira, dezembro 02, 2005

O Jardim

Subindo uma escada em espiral, o homem aproxima-se de um estreito corredor onde gravitam objectos pilhados, o seu final anuncia-se através de uma intensa luz, originada num salão prateado de tecto cor de chumbo. Ai, deposita tudo o que o liga ao real para que não lhe seja vedado o acesso ao jardim.
Despojado do que o afasta da sua essência, desce a longa escada de ferro que o conduz a um portão enegrecido, entra e contempla a generosidade com que se depara.
O jardim resplandece de sumptuosidades, revela segredos, proporciona utensilagens para novas criações, assume-se intemporal, liberta o olhar até ai rendido ao pensamento.
Os percursos que encerra, e através dos quais permite vaguear, apenas encobrem a sua infinitude.

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