sábado, dezembro 03, 2005

Engasganço…

Por razoes futebolistas só pude ver a repetição da entrevista de Judite de Sousa ao candidato do PSD. E esta acabou de passar na RTP N (antes dera em directo na RTP 1). Como não sabia a que horas repetiam (na verdade, nem sabia que repetia…), só tive a oportunidade de assistir aos últimos 10 minutos.

E neles, para espanto meu, assisti a engasganços simultâneos por parte do professor-de-finanças-que-não-é-político perante uma bem preparada, agressiva e acutilante Judite. Em 10 minutos apenas, Vimo-lo ser desmentido (com gráficos, números e afirmações), contradizer-se e a ficar repetidamente sem palavras. Se esta era uma entrevista com um presidente… por favor… haja critério de qualidade…

E o mais incrível é que este não foi dos casos onde o entrevistado é levado, através de sucessivos ataques, a cometer erros que não esperava; não. Nesta entrevista, pelo que vi, a Judite de Sousa só teve de esperar por aquelas afirmações demagógicas a que Cavaco nos vem habituando, tipo: «eu nunca entrevi na vida do PSD», ao que a replica foi: «e então na AD? E com os artigos nos jornais? E com Santana?...»; ou então, «há 10 anos que não faço política activa», ao que mereceu: «e então nas autárquicas? E em referendos? E…».

Já chegava. A fragilidade era imensa e notava-se.

Pena é que tenha concorrido com o Porto x Sporting (dizem que foi mais um acto brilhante da sua campanha…). O país merecia ter ouvido Cavaco. Até eu, hoje, concordo com isso. Talvez o conhecessem melhor.

Se antes já tinha dúvidas, hoje esclareci-me: este homem não pode ser presidente de Portugal. Ele não o sabe ser. Hoje, o desejado perdeu. Amanhã perderá mais.

1 comentário:

Willespie disse...

Ao longo desta campanha tenho assistido a um fenómeno que sinceramente me deixa perplexo e pasmado.

Eu pessoalmente compreendo perfeitamente como se pode discordar ideologicamente com o Cavaco, mas o facto de haver certos bloguistas, colunistas e políticos que acreditam plenamente como se fosse uma espécie de dogma pessoal, no conceito: "se os Portugueses conhecessem verdadeiramente o Cavaco, não votariam nele".

Não terá sido este Cavaco o mesmo homem que ganhou 3 eleições legislativas duas das quais com resultados históricos?

Não terá sido este homem que apesar da impopularidade de então, obteve um resultado bastante positivo na eleição presidencial versus Jorge Sampaio?

Para bom leitor entende-se que quando se fala de eleições fala-se na manifestação democrático e livre de cada cidadão português.

Será que ao fim de tanta exposição ao escrutínio político e popular, o conceito de "se os portugueses o conhecessem não votariam nele" é válido?

Para mim é mais que evidente que não é válido e trata-se obviamente de cegueira política, presumivelmente partidária. Mas pior do que isso é a plena demonstração de uma tremenda falta de respeito pelo eleitorado. Alias o Sr. José Reis Santos, afirma de uma forma autoritária e de ‘murro na mesa’, de que este homem não pode ser o próximo presidente da república. Não sei se é a sua intenção mas a este leitor democrata, transparece a ideia de que o Sr. preferia que fosse você mesmo a escolher o próximo presidente e não o povo (sendo o Sr. apenas um voto entre o total), tendo em conta que e de acordo com o que você acaba de escrever: Que ao fim de 10 anos de Cavaco como primeiro ministro e ao fim de toda a intervenção política que ele tem vindo a fazer, que o próprio José Reis Santos. acaba de nomear (artigos em jornais, Santana, autárquicas, referendos, etc), que mesmo assim o povo português, não foi e nem será capaz de discernir quem será melhor para presidente do seu país?

Pergunto ao Sr. José Reis Santos se lhe resta ainda algum respeito pela vontade livre dos portugueses, ou se durante esta campanha vamos continuar a assistir a este triste espectáculo, de acusar os eleitores portugueses de serem insensibilizados e ignorantes?

Eu acredito veemente que o Sr. José Reis Santos, e os 10 milhões de portugueses devem todos continuar a fazerem a sua luta política da forma que entenderem, mas de qualquer forma considero que seria melhor para si, para mim e para a democracia em geral se esta fosse feita não insultando a qualidade do voto individual e livre.

Sempre,
Willespie – Um Liberal Democrata.

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