sexta-feira, janeiro 11, 2008

Hibernação, Renovação, Eleição. Quinta parte.


Previsivel,

Na Políca o espaço para o debate puro, teórico e prático, é muito diminuto. Por varias razões não existem assim tantas oportunidades para que se debata. Ou se está no Poder, e governa-se; ou se está na oposição, e procura-se alcançar o Poder. É dificil descobrir os timmings para o debate político na sua forma e fórmula mais pura, neutra e interessante; onde os intervenientes, sejam quem forem, apenas se preocupam na produção de conteúdos, e não em campanha.
Geralmente a melhor oportunidade são os períodos pré-eleitorias, quando a definição dos candidatos ainda não é assente, e onde alguns temas de reflexão são, por vezes, chamados ao plateu principal. Foi o que se passou na eleição Sócrates - Alegre - Soares (filho); é o que se passa nas primárias norte-americanas; foi o que se passou em França, etc.
Os temas desses debates variam, de ideologia às relações Internacional, ao escrutínio do passado à Teoria Política. Nos meus textos anteriores referi-me a temas como «critérios», «renovação», «projecto político». O que são e o que deveriam ser? Que qualidades deve ter o político hoje? O que se deve entender por renovação? Que características deve ter um projecto político? Qual o papel do líder, da equipa e do programa? Podiam ser outros, com certeza, mas estes pareceram-me válidos para iniciar o debate.
O período pré-eleitoral é também a oportunidade de proceder ao escrutínio dos candidatos, assunto também considerado importante, em especial quando o tema da «renovação / experiência – inexperiência» está em cima da mesa; e um dos candidatos é altamente explorado pela sua experiência acumulada no cargo. É importante que o escrutínio seja efectuado na pré-campanha, pois é de eficácia reduzida quando efectuada em período eleitoral, devido à natural paixão na defesa dos candidatos e à falta de distancia na análise.
Quando comecei a escrever este rol de textos a minha intenção era debater estes assuntos que entendo serem importantes e que fazem, hoje, parte do debate geral e genérico que se produz acerca do estado dos sistemas democráticos, dos partidos políticos, da política em geral. Com o desenrolar da campanha, alguns destes temas perderiam, necessariamente, quer interesse quer a capacidade analítica neutra, por contágio eleitoral; e tornar-se-iam apenas mais um produto de campanha.
Pensei que tinha encontrado um interlocutor privilegiado no Carlos Castro, pessoa a quem reconheço diversos méritos. Pensei, também, que me acompanharia neste debate. Afinal, tinha escrito as eleições em Lisboa seriam uma boa oportunidade de promover uma interessante troca de ideias entre as diferentes candidaturas, abordando os mais variados temas. Pensei que estes fossem temas de interesse.
Reparei, cedo, que o Carlos não estava nesse contexto. Estava, apenas, preocupado em «fazer» campanha eleitoral. Dos meus textos interessava analisar as suas fraquezas, os pontos onde «me podia pegar», interpretar algumas intenções e pouco mais. Debate? Nada. Ataques estéreis, falta de critério na análise, esquivas e malabarismos, etc. Esperei pelos argumentos.
Prevendo a continuação desta atitude, no último texto coloquei uma expressão que sabia que podia ser «atacado». Admito a armadinha. Ainda assim tive o cuidado de a colocar na resposta ao Rui Pedro Nascimento. Pois, adivinhe-se, o que diz o Carlos na resposta de hoje?
Refere-se a mim com alguém «que é dado às tentativas de brincar à Ciência Política e à Teoria Política». Assume, deste modo, o ataque directo à minha pessoal, através da minha desvalorização directa, denegrindo-me no processo. Tudo espectável. Previsível. Debate? «Para quê se o tipo deixou esta aqui tão a jeito…». (quantas formas de ataque poderia desenvolver a partir daqui, Carlos? Pois sabes, não o faço)
Depois questiona-me acerca de comentários anónimos que lhe colocaram no blogue.
Sobre o ataque, como se depreende, já estava à espera e não me surpreendeu. Melhor, estava à espera mas não o esperava. Entendia que o Carlos estaria num patamar superior onde o entusiasmo pelo debate da Política se sobrepusesse sobre a táctica da política rasteira, do tal sondbite fácil e de preparação simples. Pensei, aliás, que este reportório não constasse da sua forma de estar. Enganei-me. Assim como, aparentemente me enganei acerca deste debate.
Depois, para meu espanto, reparo que procura associar-me a um qualquer comentário de um qualquer anónimo.
Sinceramente pensei: só pode ser brincadeira. Não só, parece, o seu conteúdo foi eliminado (como, pergunto, poderia então saber do que constava?); como ainda eu, ou a candidatura que apoio, temos algo que ver com o assunto. Pior: aparentemente existe uma ligação entre o que eu escrevo acerca de «Renovação» e «Escrutínio» e o que o dito encapuçado terá escrito. Acompanham? É que é de difícil seguimento.
Todo o texto é, aliás, sobre comentários ofensivos e escritos anónimos. Como se qualquer candidatura se associasse a anónimos… Depois ainda há uma tentativa de associar o Miguel Coelho a estas práticas, tipo «líder de bando de malfeitores» que ofendem, este ou aquele de forma monopolizada.
Sim, porque nestas coisas, o ofendido NUNCA ofende. A clássica visão maniqueísta da política, agora apresentada de forma totalitária: nós, os bons / eles, os maus; nós, que somos ofendidos / eles, que nos ofendem; nós, os novos / eles, os velhos. Estes argumentos são apresentados de forma totalitária – só ELES é que ofendem, têm esse monopólio (da ofensa); a renovação é SÓ nossa; os bons somos SÓ nós.
Claro que não ,e revejo, de todo, com esta forma de fazer política; desmarcando-me dela com toda a firmeza. Há muito mais de Cinza na política que Preto e Branco, Carlos.
Sobre o assunto de que sou acusado, apenas estas linhas, que escrevo em letras capitais para que fique claro:
EU NÃO COMENTO O QUE ANÓNIMOS ESCREVEM (muito menos quando nem sei o que escreveram)
EU NÃO ENTRO NO JOGO DO ATAQUE PESSOAL.
E SE É ESSE O DEBATE QUE QUERES FAZER - O DIZ QUE DISSE, O ATAQUE PESSOAL, A BAIXARIA, A INJURIA E A CALÚNIA - NÃO CONTES COMIGO.

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