terça-feira, novembro 16, 2010

Chafurdando na pocilga do jornalismo: O próximo passo

No último fim-de-semana terei perdido mais uma pérola do Correio da Manha, que teria sido acompanhado por esse jornal de referência que já conheceu melhores dias. Aliás, fiquei deveras siderado por existir todo um universo de "muitos blogues de socialistas" que, pelos vistos não acompanho. Se ao menos o DN me pudesse dar umas referências sobre esse assunto, visto que isso cheira muito à "floresta de votos", frase muito badalada em alguns congressos partidários...

Sobre o cerne da questão, faço minhas as palavras de Pedro Marques Lopes ou de José Leite Pereira:

"Este jornalismo de sarjeta que o CM vem praticando mancha a profissão. Não me querendo arvorar, nem ao jornal que dirijo, em exemplo, há que dizer que comportamentos destes constituem um crime e vão denegrindo a imagem da profissão, porque se tende a generalizar a crítica. Não há, não pode haver, contemplações com casos destes."

Mas o mais engraçado desta história, é que pelos vistos os "chafurdadores" não parecem alcançar o corolário lógico das suas acções. Ou então são suicidários profissionais, a cada um pelos seus gostos...

Se agora podem-se publicar escutas ilegais de conversas privadas que não têm nada a ver com investigações em curso, sendo o facto de terem sido recolhidos para efeitos de investigação criminal por autoridades judiciais um mero acidente, quando tempo demorará até que se comecem a utilizar escutas feitas por pessoas ou entidades privadas como meio de luta mediática?

Afinal, a ilegalidade não é factor de recusa de publicação por "razões de interesse público".

E as redacções de determinados órgãos de comunicação social, ou certos jornalistas, poderiam ser um bom alvo para essas escutas. Aliás gostariamos todos de saber quais as conversas/interesses que têm. O porquê de fazerem determinadas peças e não outras. Afinal, os jornalistas são das pessoas com mais poder neste país. As suas vidas também deveriam ser escrutinadas. E aí temos mais uma vez o "interesse público". Seria um pagode.

E é só um pequeno passo.

Vivemos tempos interessantes, vivemos.

 

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