quinta-feira, junho 12, 2008

AFEGANISTÃO

Lamento não ter estado presente, por impossibilidade de calendarização, na sessão sobre o Afeganistão, cuja oradora foi Ana Gomes.

Deixo uma nota relativa ao Afeganistão, sobre um facto que não passou despercebido a um grupo internacional de pessoas de Ciências Sociais (antropólogos, sociólogos, historiadores, de França, Tunísia, Portugal, Argélia, Grécia, Itália, Malta, Palestina, Israel, etc.) que, em Setembro de 2001, designadamente no dia 11, se encontrava na Sicília a elaborar um Mestrado Internacional para a Paz, destinado a discentes dos países do Norte e do Sul do Mediterrâneo, facto que (entre tantos outros) nos fez pensar, ao longo desse curto mas longo momento histórico de grande estupefacção mundial, e que tem sido pouco falado na imprensa, nos 7 anos que se seguiram ao 11 de Setembro: o assassínio de Massoud. Aqui fica, copiado na íntegra da Wikipédia, uma sua biografia:

Ahmad Shah Massoud (em persa: شاه مسعود) (c. 2 de setembro de 19539 de setembro de 2001) nasceu no Afeganistão e formou-se em engenharia na Universidade de Kabul. Tornou-se o líder militar que articulou a expulsão do exército soviético do Afeganistão e ganhou o título de "Leão de Panjshir". Seus seguidores o chamam de "Amer Sahib e Shaheed", ou seja, "Nosso Comandante Martirizado".
Tornou-se Ministro da Defesa do Afeganistão em 1992 sob o governo do presidente
Burhanuddin Rabbani. Durante o colapso do governo de Rabbani e a ascensão do regime dos Talibã, Massoud firmou-se como o líder militar da Frente da União Islâmica para a Salvação do Afeganistão, a Aliança do Norte.
Em
9 de setembro de 2001 Massoud foi assassinado por agentes da al Qaeda por sua cumplicidade com Abdul Rasul Sayyaf, apenas dois dias antes dos ataques de 11 de Setembro de 2001. No ano seguinte foi nomeado "Herói Nacional" por ordem do presidente afegão Hamid Karzai.

Não são incomuns os assassínios antecederem guerras. Podem ser mais ou menos explicativos. Neste caso, dois dias depois aconteceu o 11 de Setembro. Seria interessante aprofundar eventuais relações entre o assassinato e o "nine/eleven", para colocar mais hipóteses sobre a mesa, tendo em conta o número de teorias que circulam sobre o acontecimento primevo de uma guerra que vai continuando. Desafio os meus camaradas, nomeadamente os de ciência política, a reflectirem sobre a questão e/ou a deixarem contributos de estudos já elaborados.

Retomando o tema "reunião na Sicília de cientistas sociais", acrescento que o Mestrado elaborado se situava numa perspectiva mediterrânica, com o objectivo político-cultural de lançar pontes entre o Sul do Norte - Itália, Portugal, França, Malta, Grécia - e o Norte do Sul - Tunísia, Argélia, Palestina, Israel, entre outros - fundamentada nas semelhanças histórico-culturais e no propósito de começar a desenvolver, em praxis, o conceito de "gouvernance", isto é, de formas democráticas de governar que implicam não apenas os governantes eleitos mas também os governados, ou seja a sociedade civil, através das suas organizações. Para tal, é necessário que esta tenha literacias múltiplas: políticas, sociais, ambientais, sobre o género, entre outras. Era este o nosso alvo.

Foi pena ter acontecido o 11 de Setembro e termos ficado com um Mestrado para a Paz, nas mãos, mas sem alunos, sem a possibilidade de, em 2002/2003, começarmos a desenvolver, num meio inter-cultural, a "gouvernance" ...

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