sexta-feira, janeiro 13, 2006

resposta rápida a «A Cabral»

Resposta telegráfica

Meu caro A. Cabral,

Estas eleições não são umas eleições de futuro. Nenhum candidato me pode apontar uma qualquer linha estratégica, fora das generalidades demagógicas, que me coloque na posição de um eleitor emotivo, apaixonado por uma Ideia, um Ideal, um Futuro.

Soares já o fez, duas vezes. Em 1975 e 1985. Em nenhuma delas eu estive lá (se bem que guardo lembranças do MASP 1, onde o apoiava).

Alegre é vazio, não tem conteúdo ou pensamento. Declama soundbites com uma velocidade calculada. Nem sabia o que fazer se chegasse a Belém.

Cavaco, com um passado já estragado, apresenta-se tão treinado, tão amestrado, que quase que vejo os fios do Fernando Lima cada vez que intervêm. É bem capaz de ganhar, mas será o sabão mais bem vendido da história do país. Quem o comprar não sabe nem o cheiro, o tamanho, ou a composição. Mais, uns irão comprá-lo a julgar que se come, outros que se cheira e ainda outros que julgam que o melhor é nem tocar. O pior é que o próprio Cavaco já nem deve saber ou se lembrar do que pensa sobre alguma coisa.

Jerónimo e Louçã, por coloridos que sejam, e são, preenchem o totobola. O Garcia nem isso, escapou, sem saber, à descida de divisão por incumprimento (como outros). Não contam. Não existem.

Perante tal cenário, sem que me seja apresentado futuro, eu julgo que o melhor que há a fazer neste momento é saber terminar este ciclo, estes primeiros 30 anos de democracia. Se o sistema estivesse vivo e dinâmico teríamos Guterres, Vitorino, Santana ou Durão em campanha agora. Desses poder-se-ia esperar futuros. Destes, dos que se agora apresentam, não.

Resta, então, saber terminar o presente. E aí, meu caro A. Cabral, a opção é incondicional: Mário Soares. Pelo que é, já foi e sabe ser.

1 comentário:

Unknown disse...

Será que a política nacional não tem assim grande interesse para esses que tu dizes não virem a jogo?

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