Por entre vegetação rasteira e castanheiros reveladores de um Outono assumido na caducidade das folhas, uma estrada de montanha avança pelo sopé da serra, fazendo-nos crer que o tempo passa um pouco mais devagar. Viajamos através do Marão.
Ao fundo, uma rechã acolhe um pequeno povoado de xisto, rodeado por um olival que lhe é contemporâneo. Esta aldeia continua a perder a sua alma, na ausência dos que emigram, e com o esventramento provocado por aqueles que regressam, incapazes de a fazerem evoluir à luz do seu contexto espacial.
O nevoeiro dissipa-se por alguns momentos, sendo agora visível a neve que uniformiza a paisagem nos pontos mais altos da serra. Tudo parece mais calmo. Existe espaço para a tranquilidade.
Mais alguns quilómetros, mais uma mudança de estrada, e a paisagem anuncia o silêncio, este apodera-se do tempo, que corre ainda mais devagar, com uma intensidade que convida a permanecer.
A viagem continua num trajecto irreversível em direcção ao litoral, os traços são agora de uma outra ruralidade. O povoamento é mais disperso, culturas semelhantes revelam diferentes práticas agrícolas, as ruínas da indústria de outrora afloram a cada momento, são terras de identidades confusas. Não me agrada o que vejo, nunca gostei desta fronteira.
As indicações insistem num só destino, já se deslumbra o Porto, e com o aproximar desta urbanidade decido abandonar a escrita.
And the dreamers? Ah, the dreamers! They were and they are the true realists, we owe them the best ideas and the foundations of modern Europe(...). The first President of that Commission, Walter Hallstein, a German, said: "The abolition of the nation is the European idea!" - a phrase that dare today's President of the Commission, nor the current German Chancellor would speak out. And yet: this is the truth. Ulrike Guérot & Robert Menasse
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