terça-feira, janeiro 06, 2009

Maioria | Minoria | Maioria; ou como duas entrevistas marcaram o reveillon e o dia de Reis e me inspiraram a voltar à escrita em blogues

Hoje apeteceu-me escrever. Já tal vontade me tinha passado pelo corpo no outro dia, a propósito das últimas intervenções do Presidente da República. Na altura, em conversa com um bom amigo, ele dizia-me «o Cavaco acabou de tirar a maioria absoluta ao PS». Confesso que aquando dessa tirada ainda não tinha escutado com atenção a interlocução de Cavaco Silva. Rapidamente me inteirei do conteúdo da intervenção e logo concordei com o meu sábio amigo. Acabáramos de perder a maioria absoluta. (aliás, na intervenção de Cavaco só não entendo o porquê da manutenção da Assembleia da República. 4/5 do seu discurso apontam para a dissolução do Parlamento. Adiante).


Hoje, e também com alguma decalage, vi a entrevista do Primeiro-ministro à SIC (passou na generalista ou na SicNot? É que se foi no canal 3 da grelha deveria ter tido direito à bolinha no canto superior direito, tal a violência gratuita do Ricardo Costa para com José Sócrates [e o que é que se passou com o Ricardo Costa?]. Bom, sigamos) e telefonei a esse meu bom amigo a dizer-lhe que «o Sócrates acabou de voltar à maioria absoluta...». Ele riu-se. Mas acabou por me dar alguma razão.

Não quero armar-me em Zadinga, espécie em demasiada abundância no nosso querido país e que vê na blogosfera um habitat natural, e sei que será bem difícil passar dos 43%, mas uma coisa é clara: Sócrates está num pico de forma fantástico (pudera o resto do Governo, e as oposições, o acompanharem) e tudo fará para ter mais quatro anos de governação estável.

Começámos bem 2009. Promete.

[pode conferir a entrevista na integra aqui]
[texto também publicado no Les Canards Libertaires]

9 comentários:

  1. Convém referir antes de mais que a intervenção presidencial a que o Zé se refere é sobre o Estatuto dos Açores. De facto o discurso é feito para deixar no ar até bem perto do fim, que a bomba (dissolução da AR) iria ser lançada.

    Em relação à entrevista do Sócrates (não a vi na totalidade) acho que ele não esteve mal, mas não me parece que esteja nesse pico de forma. Agressividade com agressividade se paga.

    Gostei mais de ver o Augusto Santos Silva nos Prós e Contras, que deu um verdadeiro baile aos adversários (ex. Rui Rio).

    ResponderEliminar
  2. Podes sempre ver aqui a entrevista do nosso primeiro, Pedro.

    ResponderEliminar
  3. queria era ver o tal pros e contras...

    ResponderEliminar
  4. Tens que abrir um pedido e quando tiver tempo posto.

    ResponderEliminar
  5. Obrigado Rui pela dica, mas a minha ligação à net não me permite uma visualização fácil de vídeos.

    Em relação ao Prós e Contras também não o vi na totalidade, vi partes.

    Voltando ao tema lançado pelo Zé, penso que a maioria absoluta do PS nas próximas legislativas é pouco provável. A anterior foi conseguida num contexto muito específico, é provável que o BE e o PCP subam as votações com recurso aos socialistas descontentes, o PSD com Ferreira Leite tem sempre melhor votação do que o PSD com Santana Lopes em 2005.

    Se o Sócrates (ficaria como secretário geral) não governar em maioria relativa o PS vai ter que encontrar outra personalidade para chefiar o governo. Como sabem isso é possível e seria o cenário que eu defenderia se tivesse uma palavra a dizer no assunto.

    ResponderEliminar
  6. pedro,

    deixa ver se entendi:
    1. o ps nao tem maioria absoluta
    2. o socrates nao assume o cargo de PM
    3. o sócrates ficaria como SG do PS e escolheria / indicaria / convidaria uma personalidade do PS para liderar o governo de minoria.

    é isto?

    Ficas proibido de ficar muito tempo na Guarda... o frio está a fazer-te mal à cabeça...

    ;)

    ResponderEliminar
  7. e Rui...

    posso pedir o pros e contras?

    (e com ou sem formalidades?)

    ResponderEliminar
  8. Vamos lá ver...

    O ponto 1 que apresentas é uma previsão (ou melhor o cenário que considero mais provável) o 2 e o 3 (não são previsões) seria a solução que eu defenderia se tivesse uma palavra a dizer, tendo em conta a pouca vontade que o Sócrates manifestou para governar em maioria relativa e tendo em conta um hipotético crescimento da esquerda que convidaria a encontrar uma personalidade mais capaz de fazer pontes com essa área política.

    P.S. Porque é que a maioria dos pensadores foram ao longo da história oriundos de países e climas mais frios? Bruxelas e Guarda é o que está a dar...

    ResponderEliminar
  9. Zé: Podes pedir, e sem formalidades. Mas só no fim-de-semana é que vou ver o teu caso.

    Pedro: Os pensadores são oriundos dos climas frios porque nois climas quentes há um outro conjunto de actividades muito mais interessantes para fazer :)

    ResponderEliminar