quarta-feira, janeiro 09, 2008

Hibernação, Renovação, Eleição. Terceira parte.


Carlos,
Deixa-me dizer-te que quando escrevi estes posts (parte 1 e parte 2) não o fiz a pensar que o periodo de campanha eleitoral estivesse aberto. Foram apenas algumas questões teóricas, sem identificação a qualquer dos candidatos em causa. Preferiste a campanha. Adiante.
Permite-me algumas observações ao teu último texto.
Em primeiro lugar, desculpa a frontalidade, parece que me dás razão quando qualifico o teu comportamento como acrítico; pois pelo que escreves o Miguel Teixeira é o candidato perfeito, detentor da total responsabilidade e oportunidade de apresentar qualquer tipo de projecto válido para Lisboa. Ora isso não pode ser; pois estatisticamente não é possível (e politicamente também não). Como pode uma pessoa ter em si concentrado todo a capacidade de garantir a vitalidade ao PS Lisboa. Porque organizou um par de debates? Queres que te anuncie os que organizei, sem objectivos políticos próprios, nos últimos 2 anos? E quererá isso dizer que devo ser o detentor da vitalidade em Lisboa? Nunca me verás a asumir tal comportamento. E as outras 16 secções da cidade? Não existiram? Sabes o trabalho que Belém tem desenvolvido? E é por o fazermos que nos devemos arvorar em detentores da vitalidade do partido? Não acho.
Desculpa Carlos, mas não faz sentido. E mais, reconheceres apenas ao Miguel Teixeira a capacidade de fazer bom trabalho na Concelhia apenas comprova duas ideias: (1) de que o teu discurso é apenas um discurso de campanha, só; e (2) de que o teu apoio é, manifestamente pouco crítico, pois não te consegues distanciar nem reconhecer noutro que não seja o teu candidato o poder e a capacidade de trabalhar política em Lisboa.
Por isso concluo este assunto lembrando-te que a revitalização do PS em Lisboa, Carlos, já começou. E não tem sede em Alvalade. Está em Belém, no Lumiar, no Bairro Alto; e noutras secções possivelmente.
Mas adiante.
Tens razão quando referes o meu sentido crítico em relação ao Miguel Coelho, assim como tens razão quando referes a experiência que ele acumulou, nestes últimos anos. Fui no passado crítico como hoje o sou. Não mudei nem me acomodei.
Enganas-te é em relação ao projecto. O Miguel Coelho nunca liderou um projecto estanque, imóvel; houveram vários projectos ao longo dos anos; e é normal que isso acontecesse. Tem piada porque hoje estive com um amigo a repensar o que o Miguel Coelho produziu, nestes últimos anos. Já foi a renovação, a situação, o ultrapassado, o mal amado, o Futuro, o incompreendido e outros. Soube reunir nas suas equipas do melhor que Lisboa soube produzir, politicamente, nos últimos anos. Penso que não vale a pena enumera-los.
Pessoas houve que saíram, é normal; e pessoas que entraram, é normal. É o que acontece em projectos dinâmicos, que produzem critica própria, que aprendem com o passado e que não tiram os olhos do Futuro.
Sei que o Miguel Coelho não é perfeito, que tem defeitos, que já cometeu muitos erros. Sei disso porque é escrutinado, regularmente. Sei disso porque muitas vezes sou eu o primeiro a apontar os defeitos. Mas também sei isto: o Miguel Coelho tem capacidade de autocrítica suficiente para reconhecer o erro, proceder a uma avaliação justa do ocorrido e regressar ao trabalho com mais ideias, outra ambição, com projectos renovados. Não é o que fazemos? Eu com frequência renovo projectos? Tu também, Carlos, não?
Foi, aliás, isso que o Miguel Coelho fez no passado recente, quando com um novo conjunto de pessoas iniciou o processo de renovação que culminará nesta candidatura.
Termino, com a seguinte reflexão: considerando que um projecto político se define pelo Líder – Equipa – Programa, pergunto-te: porque é que o Miguel Coelho não pode ter agora um projecto válido, vital e atractivo (ou seja, porque dizes que «ele não tem mais nada a oferecer»)?

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